Cotidiano
A maior parte das famílias nas aldeias tupi-guarani depende de auxílio das prefeituras e da Funai, em especial nas áreas da Educação e da Saúde
Preocupação das lideranças indígenas é que o vírus não contamine as famílias nas aldeias do litoral sul. / ARQUIVO/NAYARA MARTINS
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Comunidades indígenas localizadas nas cidades de Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe estão aguardando a assistência e a entrega de cestas básicas a serem realizadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), neste período de pandemia do coronavírus no País. A maior parte das famílias nas aldeias tupi-guarani depende de auxílio das prefeituras e da Funai, em especial nas áreas da Educação e da Saúde.
Algumas comunidades indígenas trabalham com o projeto Turismo de Base Comunitária, com o objetivo de receber grupos de turistas e estudantes para conhecer a cultura e o modo de vida indígenas. Porém, por conta da pandemia, eles não estão recebendo os grupos.
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Na aldeia Tabaçu Reko Ypy, localizada na Terra Indígena Piaçaguera, em Peruíbe, a liderança da comunidade, Itamirim afirma que, até o momento, ainda não receberam as cestas básicas da Funai.
"Recebemos algumas doações de alimentos de ONGs e de amigos. Estamos ainda compartilhando as doações com as outras aldeias da região, para incentivá-los a não sair. Nossa preocupação é que o vírus não entre nas comunidades indígenas. Muitas pessoas entregam doações de cestas na sede da Funai para que sejam repassadas às aldeias, mas aqui ainda não chegaram", observa.
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Segundo ela, eles estão tomando as medidas preventivas de higienização das mãos e dos alimentos, além de usar os chás e o conhecimento tradicional. A aldeia conta com dez famílias, sendo 22 crianças e 18 adultos.
Conforme o cacique Arildo dos Santos, da aldeia Awa Porungawa Djú, também na TI Piaçaguera, até o momento, também não receberam nenhuma assistência da Funai.
"O que precisamos mais agora é o alimento, qualquer doação é bem-vinda". A aldeia Porungawa conta hoje com dez famílias e 16 crianças.
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FUNAI
A Funai informa, por meio da sua Coordenação Regional Litoral Sudeste, em Itanhaém, que assiste as comunidades indígenas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, atendendo as recomendações das autoridades federais, estaduais e municipais.
A orientação é pela permanência de todos os indígenas em suas aldeias e a proibição de entrada de pessoas para todos os fins, a não ser que sejam servidores da Funai e da Saúde.
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A Funai se reuniu com o Banco de Alimentos de Itanhaém e a secretaria de Desenvolvimento Econômico e decidiu que os alimentos oriundos das Terras Indígenas seriam destinados prioritariamente para sanar a insegurança alimentar nas aldeias do município.
A Funai afirma que iniciou a entrega dos alimentos no dia 6 e algumas aldeias receberam, além de doação de cestas básicas, caixas de mandioca, palmito pupunha e banana nanica.
Conforme a Funai, em Itanhaém há três aldeias indígenas com 42 famílias; em Mongaguá há quatro aldeias com 57 famílias e, em Peruíbe, são 12 aldeias e 106 famílias indígenas.
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PREFEITURAS
A prefeitura de Peruíbe informa que a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social iniciou um atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade para a entrega de cestas básicas, incluindo as comunidades indígenas.
Já a prefeitura de Mongaguá explica que faz o contato com os representantes das comunidades, por meio de comunicação digital e ligações telefônicas.
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A Diretoria Municipal de Educação já entregou 61 kits de alimentos da merenda escolar aos alunos indígenas, nas terras indígenas em Aguapeú, Itaóca e Cerro Corá e vai efetuar uma nova entrega.