Uma alimentação equilibrada pode contribuir significativamente para a saúde do fígado / Freepik
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Durante o feriado da Consciência Negra, que ocorreu nesta quinta-feira (20) muita gente aproveitou para viajar, confraternizar ou simplesmente relaxar. No embalo, acabou exagerando na comida pesada, nas frituras, nos doces ou nas bebidas alcoólicas.
O resultado aparece agora, na volta à rotina, com sensação de estufamento, cansaço, azia e mal-estar, sinais comuns de sobrecarga no fígado e que podem se intensificar em quem já tem tendência ao fígado gorduroso. Esses desconfortos, embora frequentes após feriados prolongados, merecem atenção e podem ser amenizados com ajustes simples na alimentação e nos hábitos nos dias seguintes.
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O diagnóstico de fígado gorduroso tem crescido rapidamente nos últimos anos, refletindo mudanças profundas no estilo de vida moderno. A condição, marcada pelo acúmulo excessivo de gordura no órgão, costuma aparecer associada à obesidade, ao diabetes tipo 2 e ao colesterol alto, e vem atingindo cada vez mais adultos jovens.
Quando não está relacionada ao consumo de álcool, recebe o nome de doença do fígado gorduroso não alcoólico (DHGNA), um problema silencioso que pode avançar sem causar sintomas.
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A perda de peso é considerada a estratégia mais eficaz para reduzir a gordura hepática. Especialistas apontam que diminuir entre 7% e 10% do peso corporal já pode reduzir a inflamação e melhorar a função do fígado. Mas não basta cortar calorias: a qualidade da dieta tem impacto direto.
Entre os padrões alimentares mais recomendados está a dieta mediterrânea, baseada em azeite de oliva extravirgem, oleaginosas, abacate e peixes gordurosos. A orientação também prioriza proteínas magras, leguminosas, muitas verduras, frutas ricas em antioxidantes e grãos integrais — uma combinação sustentável e equilibrada para longo prazo.
Da mesma forma, reduzir açúcares adicionados (refrigerantes, doces industrializados, sucos prontos), evitar carboidratos refinados (pão branco, massas tradicionais) e eliminar ultraprocessados e gorduras trans são medidas essenciais para controlar a evolução da doença.
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A prática regular de exercícios é outro pilar do tratamento. Mesmo sem grandes mudanças na balança, atividades aeróbicas, como caminhada rápida, natação e ciclismo, aliadas ao treino de força ajudam a reduzir a gordura hepática e melhorar a sensibilidade à insulina. A recomendação mínima é de 150 minutos semanais de atividade moderada.
Alguns estudos também apontam que o consumo moderado de café sem açúcar pode ter efeito protetor. Já o álcool precisa ser avaliado com cuidado: no fígado gorduroso alcoólico, a abstinência é indispensável. Nos casos não alcoólicos, reduzir ou evitar a ingestão é fundamental para evitar danos adicionais.
Substâncias como vitamina E e cardo-mariano (silimarina) aparecem frequentemente como possíveis aliados do fígado, mas as evidências são variadas e dependem do perfil de cada paciente. Especialistas alertam que a automedicação não é recomendada, já que suplementos podem interagir com outros medicamentos ou não ser adequados para todos.
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