Cometa raro intriga astrônomos / Reprodução/Internet
Continua depois da publicidade
Corpos celestes interestelares despertam a curiosidade de cientistas e entusiastas da astronomia, mas alguns, em especial, são alvo de intensa observação. Recentemente, estudos indicam a possível descoberta do que pode ser o cometa mais antigo já registrado.
Batizado de 3I/Atlas, o objeto deve se aproximar do Sol no final deste mês e estima-se que seja cerca de três bilhões de anos mais velho que o Sistema Solar.
Continua depois da publicidade
"É um corpo originário de uma região da galáxia que nunca havíamos observado de perto. Acreditamos que há cerca de 67% de chance de este cometa ser anterior ao Sistema Solar e estar vagando pelo espaço interestelar desde então", explicou Chris Lintott, astrofísico da Universidade de Oxford.
O Atlas foi detectado pela primeira vez em 1º de julho de 2025 por um telescópio localizado no Chile, quando estava a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol.
Continua depois da publicidade
Leia também, O espelho mente? Descubra por que a ciência diz que nos vemos diferentes nas fotos
Segundo os cientistas, ele se desloca a uma velocidade impressionante de 221 mil km/h — cerca de 61 km por segundo —, o que sugere uma idade superior a sete bilhões de anos.
Em entrevista à BBC Brasil, o astrônomo Marcelo de Cicco detalhou que o cometa parece ter se originado no "disco espesso" da Via Láctea, onde se concentram as estrelas mais antigas. É possível que ele tenha se formado durante os estágios iniciais da galáxia, entre 10 e 12 bilhões de anos atrás.
Continua depois da publicidade
Estima-se que o Atlas tenha entre 440 metros e 5,5 km de diâmetro. A medição é complexa porque, ao se aproximar do Sol, o núcleo de gelo libera uma nuvem brilhante de gás e poeira, dificultando a observação direta.
Leia também, O que acontece com seu corpo se você comer melancia todo dia, segundo a ciência
Por sua raridade, telescópios da NASA e de outras agências espaciais estão focados no 3I/Atlas. O objetivo é coletar dados que possam ajudar a entender melhor a formação do universo.
Continua depois da publicidade
Observações realizadas com o Very Large Telescope (VLT), no Chile, detectaram a presença de níquel em sua coma — elemento geralmente associado a asteroides e planetas rochosos, como a Terra e Marte.
De acordo com os cientistas, ferro e o níquel presentes no cometa são produtos de supernovas, explosões de estrelas massivas no final de suas vidas. Isso indica que o Atlas carrega não apenas evidências de seu sistema planetário original, mas também vestígios de estrelas extintas que contribuíram para a formação de sua estrela hospedeira.