Cotidiano

Cometa raro pode ser o mais antigo já identificado, dizem cientistas

Detectado no Chile e contém metais de estrelas extintas; cientistas buscam pistas sobre formação do universo

Nathalia Alves

Publicado em 17/11/2025 às 13:50

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Cometa raro intriga astrônomos / Reprodução/Internet

Continua depois da publicidade

Corpos celestes interestelares despertam a curiosidade de cientistas e entusiastas da astronomia, mas alguns, em especial, são alvo de intensa observação. Recentemente, estudos indicam a possível descoberta do que pode ser o cometa mais antigo já registrado.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Batizado de 3I/Atlas, o objeto deve se aproximar do Sol no final deste mês e estima-se que seja cerca de três bilhões de anos mais velho que o Sistema Solar.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• O espelho mente? Descubra por que a ciência diz que nos vemos diferentes nas fotos

• Ciência revela segredo por trás da blusa listrada do vilão mais temido dos filmes de terror

• O que acontece com seu corpo se você comer melancia todo dia, segundo a ciência

"É um corpo originário de uma região da galáxia que nunca havíamos observado de perto. Acreditamos que há cerca de 67% de chance de este cometa ser anterior ao Sistema Solar e estar vagando pelo espaço interestelar desde então", explicou Chris Lintott, astrofísico da Universidade de Oxford.

O Atlas foi detectado pela primeira vez em 1º de julho de 2025 por um telescópio localizado no Chile, quando estava a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol.

Continua depois da publicidade

Leia também, O espelho mente? Descubra por que a ciência diz que nos vemos diferentes nas fotos    

Segundo os cientistas, ele se desloca a uma velocidade impressionante de 221 mil km/h — cerca de 61 km por segundo —, o que sugere uma idade superior a sete bilhões de anos.

Em entrevista à BBC Brasil, o astrônomo Marcelo de Cicco detalhou que o cometa parece ter se originado no "disco espesso" da Via Láctea, onde se concentram as estrelas mais antigas. É possível que ele tenha se formado durante os estágios iniciais da galáxia, entre 10 e 12 bilhões de anos atrás.

Continua depois da publicidade

Estima-se que o Atlas tenha entre 440 metros e 5,5 km de diâmetro. A medição é complexa porque, ao se aproximar do Sol, o núcleo de gelo libera uma nuvem brilhante de gás e poeira, dificultando a observação direta/  Foto de NASA, ESA, David Jewitt (UCLA), Joseph DePasquale (STScI)
Estima-se que o Atlas tenha entre 440 metros e 5,5 km de diâmetro. A medição é complexa porque, ao se aproximar do Sol, o núcleo de gelo libera uma nuvem brilhante de gás e poeira, dificultando a observação direta/ Foto de NASA, ESA, David Jewitt (UCLA), Joseph DePasquale (STScI)
Observações realizadas com o Very Large Telescope (VLT), no Chile, detectaram a presença de níquel em sua coma  elemento geralmente associado a asteroides e planetas rochosos, como a Terra e Marte. Observatório El Sauce em Río Hurtado, Chile.

Foto de Matt Dieterich
Observações realizadas com o Very Large Telescope (VLT), no Chile, detectaram a presença de níquel em sua coma elemento geralmente associado a asteroides e planetas rochosos, como a Terra e Marte. Observatório El Sauce em Río Hurtado, Chile. Foto de Matt Dieterich
Segundo os cientistas, ele se desloca a uma velocidade impressionante de 221 mil km/h  cerca de 61 km por segundo , o que sugere uma idade superior a sete bilhões de anos/ Nasa
Segundo os cientistas, ele se desloca a uma velocidade impressionante de 221 mil km/h cerca de 61 km por segundo , o que sugere uma idade superior a sete bilhões de anos/ Nasa
De acordo com os cientistas, ferro e o níquel presentes no cometa são produtos de supernovas, explosões de estrelas massivas no final de suas vidas. Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/K. Meech (IfA/U. Hawaii)/Jen Miller e Mahdi Zamani (NSF NOIRLab)
De acordo com os cientistas, ferro e o níquel presentes no cometa são produtos de supernovas, explosões de estrelas massivas no final de suas vidas. Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/K. Meech (IfA/U. Hawaii)/Jen Miller e Mahdi Zamani (NSF NOIRLab)

Estima-se que o Atlas tenha entre 440 metros e 5,5 km de diâmetro. A medição é complexa porque, ao se aproximar do Sol, o núcleo de gelo libera uma nuvem brilhante de gás e poeira, dificultando a observação direta.

Leia também, O que acontece com seu corpo se você comer melancia todo dia, segundo a ciência

Por sua raridade, telescópios da NASA e de outras agências espaciais estão focados no 3I/Atlas. O objetivo é coletar dados que possam ajudar a entender melhor a formação do universo.

Continua depois da publicidade

Observações realizadas com o Very Large Telescope (VLT), no Chile, detectaram a presença de níquel em sua coma — elemento geralmente associado a asteroides e planetas rochosos, como a Terra e Marte.

De acordo com os cientistas, ferro e o níquel presentes no cometa são produtos de supernovas, explosões de estrelas massivas no final de suas vidas. Isso indica que o Atlas carrega não apenas evidências de seu sistema planetário original, mas também vestígios de estrelas extintas que contribuíram para a formação de sua estrela hospedeira.
 

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software