Há sabores de quitutes como costela ao barbecue, carne seca com catupiry e croquete de ragu de maminha; casal oferece buffet completo. / Nair Bueno/Diário do Litoral

Maykon Iglesias, 36 anos, é chef de cozinha e antes de a pandemia começar tinha dois empregos: era o responsável pelos quitutes servidos em um clube de pôquer santista e também cozinheiro no restaurante de um hotel.

Com a crise sanitária, teve o primeiro contrato suspenso por alguns meses, voltou a trabalhar mas acabou pedindo demissão em janeiro deste ano por causa de atrasos no salário. Poucos dias depois foi demitido do hotel por falta de movimento no restaurante.

"Eu realmente entendi a demissão porque tinha vezes que saia um prato só durante um dia inteiro. A área da gastronomia foi muito afetada com a pandemia e eu acho que vai demorar pra voltar a contratar no meu setor, não crio mais expectativa de um novo emprego tão cedo", analisa Maykon.

A esposa, Ana Carolina Iglesias, 35 anos, além de trabalhar como contadora, já fazia doces por encomenda para ajudar nos gastos que tem com a filha atleta, e Maykon decidiu começar também.

"A gente comprou um apartamento em julho e pouco tempo depois eu fiquei sem trabalho. Tenho muitos anos de cozinha, já tive um buffet, então voltei a fazer salgados".

Para inovar, lançou sabores como costela ao barbecue, carne seca com catupiry e croquete de ragu de maminha. A ideia fez sucesso, mas "não dá pra romantizar esse empreendedorismo corrido que a pandemia causou", diz ele.

"Teve semana que eu vendi 50 salgados, é muito difícil. Fora que tive que me adaptar a cozinhar em uma cozinha pequena, sem lugar pra fazer o estoque e com um filho pequeno em casa", explica Maykon.

Ele diz que, como não tem a máquina de fazer salgados, ele mesmo molda um a um à mão, pesa, frita e embala. Para conseguir entregar um pedido grande, chegou a ficar 36h sem dormir. "Leva de 6h a 7h para modelar 500 salgados".

Hoje, a renda compensa e já é maior do que a que Maykon ganhava trabalhando em dois restaurantes, mas como varia de acordo com os pedidos de mês a mês, não dá para ficar tranquilo.

"Pagamos nosso apartamento, nossas contas, mas não é nada fácil. Os insumos estão muito caros e é difícil repassar para os produtos que vendemos. A gente não passa necessidade, mas estamos muito apertados".

O plano para o futuro é juntar dinheiro para comprar a máquina de salgados. Com ela, a produção dobra e será possível expandir a empresa. "Ela custa R$ 7 mil, tô tentando juntar esse valor e vamos conseguir com o tempo".

DOCES

A esposa, Ana Carolina, começou a fazer doces para pagar as viagens e campeonatos da filha, que é atleta da patinação artística. Juntos, os dois oferecem buffet completo. Antes do marido perder o emprego, o que entrava com a venda dos doces era para a atleta, agora é divido entre a casa e a filha.

"A patinação é um esporte caro e envolve muitas viagens", explica Ana.

Quem quiser encomendar, pode entrar em contato pelo WhatsApp (13) 98158 5776 / (13) 98133 0935, com ao menos 24h de antecedência para pedidos grandes. No Instagram, também é possível seguir a página @brigadeiross_da_carol.

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