Cotidiano
O motivo da paralisação é que a empresa se recusa a entrar em acordo com a categoria e dar o reajuste do dissídio coletivo de 5,7%
Prefeitura obteve liminar determinando que 70% dos trabalhadores voltem ao serviço / Nair Bueno/DL
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A população de Itanhaém acordou ontem (5), sem o transporte coletivo do município porque funcionários da empresa Litoral Sul, responsável pelo transporte urbano na cidade, entraram em greve. O motivo é que a empresa se recusa a entrar em acordo com a categoria e dar o reajuste do dissídio coletivo de 5,7%.
A prefeitura de Itanhaém, no entanto, obteve no final da tarde de ontem, uma liminar na Justiça que determina que, conforme a lei 7.783/89 (Lei de Greve), parte do transporte coletivo volte a funcionar por ser considerado um serviço essencial.
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Conforme a liminar, ficou determinado que 70% dos trabalhadores voltem ao serviço nos horário de pico (das 6h às 8h e das 16 às 18h), e ainda o índice de 50% dos funcionários nos demais horários, garantindo o livre acesso dos trabalhadores, sob pena de multa diária no valor de R$ 5 mil por trabalhador que descumprir a ordem.
Ainda segundo a liminar, haverá uma audiência de conciliação hoje (6), às 15h15, entre as empresas prestadoras do serviço de transporte público, o sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região e a prefeitura.
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IMPACTOS.
Cerca de 12 mil usuários e mais 4 mil estudantes da rede municipal de ensino ficaram sem o transporte coletivo urbano até o final da tarde de ontem.
O morador Marcos Caetano, funcionário de uma Casa de Recuperação, no bairro Rio Preto, reclamou. "É horrível ficar sem transporte, saí de casa às 5 horas da manhã, no Rio Preto, e andei até a pista para pegar uma condução até o Centro".
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A Litoral Sul possui cerca de 130 funcionários entre motoristas, pessoal da manutenção e da administração. E conta com 50 ônibus usado no transporte escolar e mais 40 ônibus para o transporte coletivo urbano.
REIVINDICAÇÕES.
O sindicalista Walter Gomes da Silva, o "Mineiro", do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região, explicou que a categoria reivindica reajuste salarial e a garantia dos benefícios e direitos do atual acordo coletivo. A greve foi decidida no dia 30 de julho, em assembleia da categoria.
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Os funcionários reivindicam um reajuste do dissídio coletivo de 5,7%, com o repasse da inflação, e R$ 1,00 a mais no vale alimentação de R$ 17,00, além da manutenção dos direitos adquiridos.
ALTERNATIVO.
A Associação Viva Van, que faz o transporte alternativo em Itanhaém, ofereceu o serviço aos usuários, mesmo sem a autorização da prefeitura.
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O representante da Associação, Thiago de Souza Matos, explicou: "queremos apenas ter o direito de trabalhar e não vamos deixar a população na mão".
Na última sexta-feira (2), aconteceu uma reunião entre o prefeito Marco Aurélio Gomes, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira e representantes da Associação, porém ainda não chegaram a uma definição sobre a autorização do serviço.
OUTRO LADO.
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O encarregado Marlon Leonardo, da Litoral Sul, afirmou que a empresa passa por dificuldades financeiras, devido à falta de um reajuste da tarifa desde 2014. Segundo ele, a renovação do contrato com a prefeitura ocorreu em julho de 2017, e neste período, a tarifa já poderia ter sido reajustada para R$ 3,10. Hoje o valor cobrado é de R$ 3,00.