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Cotidiano

Com novo sistema de abastecimento, Rumo encurta viagens ao Porto de Santos

O hub, um investimento de R$ 140 milhões, dará ganho de eficiência à concessionária por permitir o abastecimento simultâneo de até 14 locomotivas nos três postos de abastecimento implantados, com vazão média de mil litros por minuto

Folhapress

Publicado em 01/10/2021 às 16:19

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Trecho do Porto de Santos, vista aérea. / Arquivo/Agência Brasil

A inauguração do maior complexo de abastecimento da concessionária Rumo, nesta sexta-feira (1), em Araraquara, vai tirar em média 15 trens por dia da zona urbana da cidade e permitirá a redução do tempo de viagem das composições rumo ao porto de Santos.

O hub, um investimento de R$ 140 milhões, dará ganho de eficiência à concessionária por permitir o abastecimento simultâneo de até 14 locomotivas nos três postos de abastecimento implantados, com vazão média de mil litros por minuto, com o objetivo de atender as malhas administradas pela empresa (Paulista, Central e Operação Norte).

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Os trens sairão da zona urbana porque foi construído em Araraquara, a partir de 2008, um contorno ferroviário, mas que não atingiu resultado total ainda porque, embora muitos trens já trafeguem fora do município, a oficina de manutenção e o posto de abastecimento ainda estavam dentro da cidade. A partir de agora, só a oficina seguirá na região central.

O objetivo da concessionária é transformar o pátio de Tutoia, que fica fora da zona central de Araraquara, no grande hub de abastecimento dos trens da Rumo que chegam de Mato Grosso, Goiás e Tocantins com destino a Santos e os que fazem o sentido inverso.

A obra foi concluída em julho e, desde então, tem passado por testes. "O que a gente trouxe foi um conceito equivalente ao do pitstop na Fórmula 1. O tempo é diferente, claro, mas o conceito é o mesmo. Você não manobra em nada o trem, não faz volta com locomotiva", disse Darlan de David, vice-presidente de supply, projetos, expansão e segurança da Rumo.

Além de diesel, o abastecimento com areia, água e óleo lubrificante é feito em 20 minutos, operação que levaria ao menos entre uma hora e quarenta minutos e duas horas até a adoção do terminal.

É, diz David, uma mudança de patamar enorme, por acelerar os deslocamentos ferroviários até Santos. De Rondonópolis (MT), de onde as composições com 120 vagões partem rumo ao porto, o tempo gasto era de 84 horas até a implantação do sistema. Agora, foi reduzido em uma hora e 24 minutos.

"É muito relevante sobre o tempo total do trajeto dos trens. Quanto menos parar o trem, melhor, não só para chegar mais rápido no destino, mas também economizar combustível."

A capacidade de armazenagem é de 1,2 milhão de litros de diesel, divididos em dois tanques de 600 mil litros cada. Cada locomotiva abastece, em média, 18 mil litros. Isso significa, de acordo com o vice-presidente, uma autonomia de dois a quatro dias.

E como esse combustível chegará ao hub? Duas possibilidades: por meio de vagões e por rodovia
Durante a forte safra de grãos no Centro-Oeste, conta David, a prioridade nos vagões é dos clientes, o que significará transporte rodoviário do combustível, a partir da Replan, em Paulínia.

Além de Araraquara, a Rumo tem pontos de apoio para abastecimento em Rondonópolis, na Baixada e em São José do Rio Preto, que deve ser encerrado devido à proximidade com Araraquara.

A inauguração está prevista para as 9h desta sexta, com a presença do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que tem participado de uma série de eventos no interior paulista de olho nas eleições do ano que vem.

Com o posto de abastecimento das composições transferido para Tutoia, faltará a retirada da oficina, o que deve ocorrer até 2026.

"A gente vai tirar a operação da Rumo de dentro do município em 2026, com a transferência da manutenção para Tutoia. Há várias coisas para fazer, como realocação de oficinas, manutenção de locomotivas, então ainda vamos trafegar com algumas [na zona urbana] para fazer manutenção", afirmou.

Até o surgimento do novo sistema, o abastecimento era feito no posto ao lado da avenida Maria Antonia de Oliveira, a Via Expressa, principal rota da cidade.

A retirada dos trilhos em Araraquara se arrasta desde 2008, primeira data prevista para entrega, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Orçada em R$ 82,9 milhões (valor nominal), em 2014 seu custo já tinha atingido R$ 125,3 milhões, ou 51% mais -devido a correções inflacionárias e readequações no projeto.

Para o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), a importância da retirada dos trilhos está no fato de permitir a unificação da cidade, hoje dividida a partir da Vila Xavier, por onde a linha férrea corta o município.

A retirada dos trilhos unirá uma região que abriga pouco mais de 40 mil dos 240 mil habitantes de Araraquara. No local onde hoje estão os trilhos, uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados, a proposta da prefeitura é criar um parque linear.

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