Cotidiano

Com greve decretada, ônibus só funcionam nos horários de pico em Guarujá

A medida foi proferida pelo desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, atendendo solicitação da empresa

Carlos Ratton

Publicado em 25/06/2025 às 08:35

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A empresa ofereceu reajuste de 6,5% nos salários e benefícios, retroativos à data-base de maio / Nair Bueno/DL

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O transporte público coletivo em Guarujá está em greve por tempo indeterminado. Porém, para preservar o direito da população, a Justiça do Trabalho determinou, em decisão liminar, o funcionamento de 100% da frota nos horários de pico (das 6 às 9 horas e das 16 às 19 horas) e 50% nos demais períodos.

A medida foi proferida pelo desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira, atendendo solicitação da empresa. Ao todo, 643 trabalhadores pararam, sendo 367 deles motoristas. Nos horários de pico, 136 ônibus estão em circulação. Nos demais horários, apenas 68.   

A empresa ofereceu reajuste de 6,5% nos salários e benefícios, retroativos à data-base de maio. Mas isso, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Santos e Região, não contempla o vale-refeição reivindicado de R$ 40,00 por dia e a cesta-básica mensal de R$ 177,60.

O vice-presidente do Sindicato, Betinho Simões, lamenta que a empresa provoque uma paralisação e recorra à Justiça Trabalhista “por tão pouco” - R$ 2,67 por dia no vale e R$ 7,20 na cesta. 

Além dos 367 motoristas operacionais, há 66 funcionários auxiliares e de fiscalização. Na manutenção, 150, incluindo limpeza, mecânica, elétrica, borracharia e funilaria. Mais 40 administrativos e financeiros.

A frota tem 149 veículos, sendo 136 em circulação e 13 na reserva. Há 36 linhas diurnas, duas delas gratuitas, e cinco noturnas. Betinho diz que espera o atendimento das reivindicações durante o dia.

O pedido, segundo ele, se baseia na recomposição do salário mínimo, que foi reajustado com a inflação de um ano mais 2,5% de aumento real -que a empresa não quer repassar, mesmo dividido entre salário e benefícios.

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City

A City Transporte lamenta pois segundo nota, apesar da nova proposta salarial apresentada, que prevê reajuste linear de 6,5% nos salários e benefícios dos trabalhadores, a categoria decidiu entrar em greve.

“A proposta da CITY contempla a recomposição integral da inflação com ganho real e supera a média de reajustes firmados por outras concessionárias do setor. A divergência atual se restringe aos valores da cesta básica e do vale-alimentação”, explica a empresa.

A City ressalta que não há atrasos nem pendências financeiras com os colaboradores e que segue aberta ao diálogo com o Sindicato, buscando uma solução responsável que valorize os trabalhadores e preserve a continuidade de um serviço público de qualidade para a população de Guarujá — compromisso mantido desde o início de sua atuação no município, em 2019.

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Capítulo

A nova greve é mais um novo capítulo envolvendo o transporte público em Guarujá, cuja concessionária sofreu intervenção municipal e até atenção do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que, por meio da 4ª Promotoria de Justiça do Município, instaurou um inquérito civil.

O Ministério Público pretende investigar duas frentes: se houve omissão contratual por parte da Prefeitura no pagamento à concessionária e se existem problemas estruturais na prestação do serviço público de transporte.
A investigação foi motivada por representação da Associação Guarujá Viva (AGUAVIVA) que, em 18 de dezembro de 2024, havia alertado formalmente o MP-SP sobre a grave situação. 

O promotor responsável pelo caso, Diogo Pacini de Medeiros e Albuquerque, destacou no ofício que a
abertura do inquérito visa garantir o interesse público e a defesa dos direitos dos usuários do transporte coletivo, que foram diretamente afetados pela crise. 

Prefeitura

A Prefeitura de Guarujá tem acompanhado através da Comissão de Transporte Público e Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), passo a passo, a negociação entre sindicato e empresa, acreditando em um acordo sensato aos trabalhadores.

A Administração Municipal reafirma que seus compromissos contratuais, ou seja, que os subsídios estão sendo devidamente depositados à empresa e está fiscalizando rigorosamente os serviços executados contratualmente

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