Cotidiano

Com expectativa de vida inferior a 35 anos, cidade mais alta do mundo vive condição única

Sua população chega a cerca de 50 mil habitantes número impulsionado pela corrida do ouro, mas que esconde os limites da sobrevivência

Igor de Paiva

Publicado em 18/10/2025 às 09:55

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Em La Rinconada, a capacidade de adaptação humana se confronta diariamente com a brutalidade da realidade / Divulgação

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A cidade de La Rinconada, localizada a 5.100 metros de altitude nos Andes peruanos, é considerada por muitos especialistas o ponto habitável mais alto do mundo.

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Sua população chega a cerca de 50 mil habitantes — número impulsionado pela corrida do ouro, mas que esconde os limites da sobrevivência.

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Conhecida como o “paraíso do diabo”, a cidade enfrenta sérios problemas de infraestrutura. Em La Rinconada, não há saneamento básico, rede de esgoto, coleta de lixo, hospitais nem estradas asfaltadas.

Ainda neste tema, aproveite e Conheça também a cidade do interior de SP  que é a mais alta do Brasil.

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Expectativa de vida

A economia da cidade mais alta do mundo é baseada em uma mineração totalmente informal. Com um sistema conhecido na região como “cachorro”, os mineradores não recebem salário fixo, mas podem ficar com parte do ouro que encontrarem.

Essa busca incessante pelo metal precioso traz sérias consequências ambientais e de saúde. A separação do ouro envolve o uso de mercúrio, uma substância altamente tóxica que contamina o ar, a água e o solo.

Como resultado, a vida dos mineradores costuma ser curta: a expectativa média varia entre 30 e 35 anos — pouco mais da metade da média nacional do Peru.

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Além da contaminação, a violência causada por facções criminosas também é responsável por grande parte das mortes na região.

Condições extremas

A vida na cidade mais alta do mundo está longe de ser fácil. Viver acima dos cinco mil metros de altitude significa conviver com apenas metade do oxigênio disponível ao nível do mar.

Essa condição, conhecida como mal da montanha, causa sintomas como fadiga constante, dores de cabeça, insônia e perda de apetite.

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Na região, cerca de 20% dos habitantes sofrem com esse problema. Para se adaptar à escassez de oxigênio, o corpo dos moradores produz níveis muito altos de hemoglobina — frequentemente acima de 20 g/dL — e aumenta a quantidade de sangue circulante.

Essa adaptação garante a sobrevivência, mas impõe um esforço contínuo ao sistema cardiovascular, elevando o risco de doenças cardíacas e respiratórias.

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