Cotidiano
Criado para proteger um dos últimos grandes maciços florestais inseridos em área urbana, o parque forma um verdadeiro pulmão verde no meio do Rio de Janeiro
Mesmo cercada por avenidas, comunidades e condomínios, a Pedra Branca abriga uma biodiversidade impressionante / DIvulgação/Inea
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Em meio à expansão urbana da Zona Oeste do Rio de Janeiro, um dos maiores patrimônios naturais do país segue desempenhando um papel vital para a cidade.
Com 12.500 hectares de Mata Atlântica contínua, o Parque Estadual da Pedra Branca é reconhecido como a maior floresta urbana do mundo, funcionando como escudo climático, refúgio de fauna silvestre e berço de nascentes que abastecem milhões de pessoas.
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Criado para proteger um dos últimos grandes maciços florestais inseridos em área urbana, o parque se estende por bairros como Jacarepaguá, Guaratiba, Vargem Grande e Bangu, formando um verdadeiro pulmão verde em uma região marcada por crescimento acelerado e pressão imobiliária.
Mesmo cercada por avenidas, comunidades e condomínios, a Pedra Branca abriga uma biodiversidade impressionante. Levantamentos científicos já registraram 479 espécies de animais, incluindo 338 aves, 51 mamíferos, 27 répteis, 20 anfíbios e 43 espécies de peixes.
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Entre os habitantes da floresta estão animais de médio e grande porte, como onça-parda, cutias, macacos e aves raras, reforçando a importância ecológica do maciço.
Em 2025, a descoberta de um jequitibá-rosa com cerca de 500 anos e aproximadamente 40 metros de altura trouxe ainda mais visibilidade ao parque. A árvore centenária simboliza o valor da área como santuário de biodiversidade e também como reserva natural de carbono, fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas.
Além da riqueza biológica, a Pedra Branca presta serviços ecossistêmicos essenciais ao Rio de Janeiro. A floresta ajuda a reduzir ilhas de calor, favorece a infiltração da água da chuva, diminui o risco de enchentes e protege importantes mananciais.
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As nascentes localizadas no parque alimentam reservatórios estratégicos, como Camorim e Pau da Fome, garantindo o fornecimento de água de qualidade para áreas urbanas densamente povoadas. Em um cenário de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, a preservação desse sistema natural é considerada estratégica para a resiliência da cidade.
O Parque Estadual da Pedra Branca também é um dos principais destinos de turismo de natureza do município. Trilhas, mirantes e cachoeiras atraem visitantes em busca de contato com a Mata Atlântica sem sair da capital fluminense.
A visitação organizada tem potencial para gerar renda local, por meio de guias credenciados, pequenos empreendimentos e iniciativas comunitárias, conciliando desenvolvimento econômico com conservação ambiental. Especialistas destacam que o uso sustentável do parque é uma das chaves para garantir sua proteção a longo prazo.
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Apesar de sua relevância, a maior floresta urbana do mundo enfrenta ameaças constantes. Invasões, incêndios florestais, especulação imobiliária e a presença de espécies exóticas colocam em risco o equilíbrio do ecossistema.
A gestão da unidade depende da articulação entre órgãos estaduais, prefeitura, universidades, ONGs e comunidades do entorno. Manter esse esforço conjunto é fundamental para assegurar a preservação da biodiversidade e a continuidade dos serviços ambientais que beneficiam diretamente a população carioca.
Em meio ao concreto, a Pedra Branca permanece como um lembrete vivo de que a maior floresta urbana do planeta não é apenas um patrimônio natural, mas uma peça-chave para o futuro ambiental do Rio de Janeiro.
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