Além de sua importância ecológica, a Pedra Branca é também um ponto de lazer e turismo de natureza / Reprodução/ YouTube Viaja Brito
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Em meio à urbanização acelerada do Rio de Janeiro, um gigante verde resiste e respira: o Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), na Zona Oeste da capital fluminense. Reconhecido como a maior floresta urbana do planeta, o parque abriga 12.500 hectares de Mata Atlântica contínua, estendendo-se por bairros como Jacarepaguá, Guaratiba, Vargem Grande e Bangu.
Mais do que um refúgio natural, a Pedra Branca é um pulmão vital para a cidade, regulando o clima, armazenando carbono e abrigando uma das maiores diversidades biológicas do bioma atlântico.
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De acordo com o Guia de Trilhas do PEPB (2013), foram identificadas 479 espécies no parque, entre elas 338 aves, 51 mamíferos, 27 répteis, 20 anfíbios e 43 peixes. Essa variedade impressiona por ocorrer dentro de uma metrópole de mais de 6 milhões de habitantes.
O maciço é lar de espécies de médio e grande porte, como onça-parda, macacos, cutias e aves raras, que encontram ali um dos últimos redutos de Mata Atlântica preservada do Estado.
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Em 2025, o parque voltou a chamar a atenção de pesquisadores e ambientalistas após a descoberta de um jequitibá-rosa com cerca de 500 anos e 40 metros de altura, considerado um dos maiores e mais antigos exemplares da espécie no país. O achado reforça o valor do parque como santuário de biodiversidade e reservatório natural de carbono.
A Pedra Branca cumpre papel essencial para o equilíbrio hídrico e climático do Rio de Janeiro. Suas matas reduzem as ilhas de calor, auxiliam na infiltração da chuva e protegem a cidade contra enchentes e deslizamentos.
As nascentes do parque abastecem reservatórios como Camorim e Pau da Fome, garantindo o fornecimento de água para milhares de moradores. Esses serviços ecossistêmicos são fundamentais para uma cidade que convive com problemas de escassez hídrica e aumento das temperaturas urbanas.
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Além de sua importância ecológica, a Pedra Branca é também um ponto de lazer e turismo de natureza. O parque oferece trilhas, mirantes e cachoeiras, atraindo visitantes que buscam contato com o verde sem sair da cidade.
O turismo ecológico, se bem planejado, pode gerar renda para as comunidades do entorno, com guias credenciados e pequenos empreendimentos locais, desde que a visitação seja organizada e sustentável, compatível com a conservação do ambiente.
'O desafio é equilibrar o uso público e a preservação. A floresta pode ser uma fonte de aprendizado, lazer e renda — mas precisa ser cuidada como o patrimônio natural que é', destacam técnicos ligados à gestão do parque.
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Mesmo com sua grandiosidade, a Pedra Branca enfrenta ameaças constantes, como ocupações irregulares, incêndios florestais, especulação imobiliária e invasão de espécies exóticas.
A gestão do parque depende da integração entre órgãos estaduais, prefeitura, universidades, ONGs e comunidades locais, que têm papel fundamental no monitoramento e na proteção do território.
Manter viva a Pedra Branca é, segundo especialistas, garantir o equilíbrio ambiental do próprio Rio de Janeiro — uma cidade que ainda luta para conciliar crescimento urbano e preservação ambiental.
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Com sua imensa diversidade e funções ecológicas indispensáveis, o Parque Estadual da Pedra Branca é mais que um ponto verde no mapa carioca, é um ecossistema inteiro pulsando dentro da cidade.
Entre asfalto e montanhas, o parque segue como símbolo da resistência da natureza, lembrando que o futuro do Rio de Janeiro depende, em grande parte, da força e da saúde dessa floresta urbana sem igual.