Estudo reforça hipótese da evolução do veneno cuspido ligada a humanos primitivos / Freepik
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Mesmo com os avanços da ciência, descobrir novas espécies ainda é um desafio. Muitas vezes, os animais se parecem tanto entre si que passam décadas sem serem reconhecidos como diferentes.
Foi o que aconteceu com a cobra-cuspideira de Nyanga, identificada recentemente no Zimbábue.
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Descrita na revista Plos One, a Hemachatus nyangensis é conhecida apenas por um exemplar atropelado em 1982.
A espécie origina-se das Terras Altas Orientais, região montanhosa e isolada do país africano. Por isso, os pesquisadores acreditam que ela pode ser a última representante de seu grupo.
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Em publicação no portal The Conversation, os autores do estudo lembram que essa investigação começou há muito tempo. Em 1920, cientistas já haviam notado cobras com pele avermelhada sob as escamas e comportamento diferente das demais.
Na década de 1950, o especialista sul-africano Donald Broadley recebeu amostras de crânios e classificou os animais como Hemachatus haemachatus, a cobra-cuspideira mais conhecida do continente.
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Mas o mistério só foi resolvido em 2023, quando análises recentes identificaram que a cobra-cuspideira do Zimbábue é uma espécie completamente distinta das demais.
O estudo também traz uma hipótese curiosa sobre a evolução das cobras cuspideiras. Segundo os pesquisadores, a capacidade de cuspir veneno pode ter surgido como uma forma de defesa contra os primeiros ancestrais humanos.
Quando esses hominídeos começaram a andar sobre duas pernas e a usar ferramentas, tornaram-se uma ameaça para as serpentes.
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Nas najas africanas, essa habilidade teria aparecido há cerca de sete milhões de anos, o mesmo período em que os humanos se separaram dos chimpanzés e bonobos.
Já nas cobras asiáticas, a adaptação surgiu há aproximadamente 2,5 milhões de anos, coincidindo com o aparecimento do Homo erectus. A nova descoberta indica que algo semelhante pode ter acontecido com as cobras-cuspideiras de Nyanga, no Zimbábue.
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Ainda são necessárias mais amostras para determinar quando essa separação ocorreu e como ela se relaciona à história evolutiva humana.
Veja, no vídeo publicado pelo canal "Como Sobreviver", a forma de ataque dessa espécie de cobra:
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