Cotidiano

Cobra morta na estrada se revela uma nova espécie que nem cientistas conheciam

Muitas vezes, os animais se parecem tanto entre si que passam décadas sem serem reconhecidos como diferentes

Agência Diário

Publicado em 14/10/2025 às 17:15

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Estudo reforça hipótese da evolução do veneno cuspido ligada a humanos primitivos / Freepik

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Mesmo com os avanços da ciência, descobrir novas espécies ainda é um desafio. Muitas vezes, os animais se parecem tanto entre si que passam décadas sem serem reconhecidos como diferentes. 

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Foi o que aconteceu com a cobra-cuspideira de Nyanga, identificada recentemente no Zimbábue.

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Descrita na revista Plos One, a Hemachatus nyangensis é conhecida apenas por um exemplar atropelado em 1982. 

A espécie origina-se das Terras Altas Orientais, região montanhosa e isolada do país africano. Por isso, os pesquisadores acreditam que ela pode ser a última representante de seu grupo.

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Veja também: Troca de pele das cobras é mais misteriosa do que parece e envolve até os olhos.

Uma história que começou há um século

Em publicação no portal The Conversation, os autores do estudo lembram que essa investigação começou há muito tempo. Em 1920, cientistas já haviam notado cobras com pele avermelhada sob as escamas e comportamento diferente das demais.

Na década de 1950, o especialista sul-africano Donald Broadley recebeu amostras de crânios e classificou os animais como Hemachatus haemachatus, a cobra-cuspideira mais conhecida do continente.

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Mas o mistério só foi resolvido em 2023, quando análises recentes identificaram que a cobra-cuspideira do Zimbábue é uma espécie completamente distinta das demais.

Galeria: conheça o Zimbábue

O Zimbábue é conhecido por sua rica herança cultural e paisagens naturais impressionantes / Unplash
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As Cataratas Vitória, uma das Sete Maravilhas Naturais, são um dos principais cartões-postais do país / Unplash
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A economia do Zimbábue passa por desafios, mas o turismo tem se mostrado um setor promissor / Unplash
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Imagens exuberantes fazem do Zimbábue um destino inesquecível / Unplash
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Montanhas, savanas e rios compõem os cenários deslumbrantes do Zimbábue / Unplash
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A vida selvagem é um dos grandes tesouros do país, com destaque para os parques nacionais / Unplash
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A ligação com os ancestrais humanos

O estudo também traz uma hipótese curiosa sobre a evolução das cobras cuspideiras. Segundo os pesquisadores, a capacidade de cuspir veneno pode ter surgido como uma forma de defesa contra os primeiros ancestrais humanos.

Quando esses hominídeos começaram a andar sobre duas pernas e a usar ferramentas, tornaram-se uma ameaça para as serpentes. 

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Veja também: Conheça 5 cobras gigantes e pré-históricas que outrora dominaram a Terra.

Nas najas africanas, essa habilidade teria aparecido há cerca de sete milhões de anos, o mesmo período em que os humanos se separaram dos chimpanzés e bonobos.

Já nas cobras asiáticas, a adaptação surgiu há aproximadamente 2,5 milhões de anos, coincidindo com o aparecimento do Homo erectus. A nova descoberta indica que algo semelhante pode ter acontecido com as cobras-cuspideiras de Nyanga, no Zimbábue.

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Ainda são necessárias mais amostras para determinar quando essa separação ocorreu e como ela se relaciona à história evolutiva humana.

Veja, no vídeo publicado pelo canal "Como Sobreviver", a forma de ataque dessa espécie de cobra:

 

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