Entre as espécies conhecidas, apenas duas são capazes de devorar uma pessoa inteira em condições muito específicas: a píton-reticulada (Malayopython reticulatus) e a sucuri-verde / ImageFX
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Histórias de cobras gigantes engolindo pessoas inteiras costumam circular em filmes, vídeos duvidosos na internet e lendas populares — quase sempre ambientadas na Amazônia. Apesar de parecer enredo de filme de terror, a ciência confirma: é possível, sim, embora seja extremamente raro.
Pouquíssimas espécies de serpentes no mundo possuem estrutura corporal, força muscular e abertura mandibular suficientes para ingerir presas do tamanho de um ser humano adulto. E, ao contrário do imaginário popular, isso não acontece com qualquer cobra gigante.
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Entre as espécies conhecidas, apenas duas são capazes de devorar uma pessoa inteira em condições muito específicas: a píton-reticulada (Malayopython reticulatus) e a sucuri-verde, também chamada de anaconda (Eunectes murinus).
Segundo registros científicos e relatos compilados por veículos especializados como o NSC Total, essas serpentes conseguem capturar e engolir presas grandes, como capivaras, porcos e até jacarés. O corpo extremamente flexível, aliado à capacidade de deslocar os ossos da mandíbula, permite que elas engulam animais muito maiores que a própria cabeça.
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Apesar da capacidade física, seres humanos não fazem parte da dieta natural dessas cobras. Os raríssimos casos documentados ocorreram em contextos muito específicos, como isolamento extremo, convivência próxima com áreas silvestres, atividades noturnas ou escassez de presas naturais.
Especialistas reforçam que ataques desse tipo não são comportamentos comuns e não indicam que essas serpentes 'caçam pessoas'.
As famosas pítons-reticuladas, frequentemente citadas em vídeos virais, não vivem na Amazônia. Elas são nativas do Sudeste Asiático e de ilhas do Pacífico, como Indonésia e Filipinas — regiões onde ocorreram os poucos casos confirmados de humanos engolidos por cobras.
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Na Amazônia, a gigante que reina é a sucuri-verde, considerada pelo Instituto Butantan a maior serpente do mundo em massa corporal. Embora não seja venenosa, a sucuri mata suas presas por constrição, enrolando o corpo em torno da vítima e apertando até interromper a respiração e a circulação sanguínea.
Durante décadas, acreditava-se que existia apenas uma espécie de sucuri-verde na natureza. No entanto, uma expedição científica em 2022 identificou uma nova espécie: a Eunectes akayima, ampliando o conhecimento sobre esses gigantes amazônicos.
O temor em torno das sucuris e pítons está ligado ao seu tamanho colossal e à forma silenciosa como atacam. Ainda assim, pesquisadores ressaltam que esses animais não são vilões e exercem papel fundamental no equilíbrio ecológico.
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Casos de cobras engolindo humanos existem, mas estão longe de serem comuns. Na prática, tratam-se de eventos excepcionais, que ganharam fama justamente por serem tão raros — e assustadores.