Cotidiano
A medida busca proteger a saúde e o bem-estar de associados e visitantes, mesmo com a comprovação de que todas as bebidas comercializadas no clube são de origem legal
A suspensão acompanha uma tendência entre clubes santistas, que também aderiram à recomendação do Sindi Clubes, reforçando a preocupação com a saúde pública e a responsabilidade institucional / Divulgação
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O Clube dos Ingleses, uma das agremiações sociais e esportivas mais tradicionais de Santos, anunciou a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas em suas dependências. A decisão, de caráter preventivo, segue recomendações do Sindi Clubes (Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo) e da Fenaclubes (Confederação Nacional dos Clubes), após recentes casos de intoxicação por metanol registrados no país.
Segundo a direção, a medida busca proteger a saúde e o bem-estar de associados e visitantes, mesmo com a comprovação de que todas as bebidas comercializadas no clube são de origem legal e possuem nota fiscal.
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O concessionário responsável pelo bar e restaurante do clube mantém à disposição as notas fiscais de todas as bebidas adquiridas, provenientes de distribuidores reconhecidos e devidamente regularizados no mercado.
Apesar disso, o presidente do Clube dos Ingleses, Marcelo Oliveira, explicou a decisão de forma preventiva:
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“Todo o estoque do nosso concessionário é adquirido de fornecedores reconhecidos, com documentação fiscal completa, o que nos tranquiliza quanto à procedência dos produtos. Mesmo assim, decidimos suspender temporariamente as vendas para realizar um levantamento detalhado do estoque e garantir que tudo esteja dentro das normas de segurança.”
A suspensão acompanha uma tendência entre clubes santistas, que também aderiram à recomendação do Sindi Clubes, reforçando a preocupação com a saúde pública e a responsabilidade institucional.
Para a diretoria, a medida reforça o compromisso do Clube dos Ingleses com boas práticas de gestão, transparência e segurança, valores que, segundo a entidade, estão acima de qualquer impacto momentâneo para associados ou concessionários.
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No Estado de São Paulo, duas pessoas já morreram em decorrência do consumo de álcool adulterado — uma em São Bernardo do Campo e outra na Grande São Paulo. Além disso, oito vítimas foram internadas após ingerir bebidas com metanol. Destas, seis tiveram a intoxicação confirmada, e outros 10 casos estão em investigação.
As ocorrências foram registradas neste mês de setembro e são consideradas inéditas pelo número elevado em um curto período, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP).
De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, há indícios de um surto de intoxicação por metanol. Profissionais de saúde e consumidores devem ficar atentos aos sinais de alerta. Em resposta, o MJSP emitiu uma recomendação, no último sábado (27/09), aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no Estado.
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O metanol é um produto químico industrial encontrado em fluidos anticongelantes e em limpadores de para-brisa. Por ser altamente tóxico, não deve ser ingerido por humanos.
Embora casos de intoxicação por metanol não sejam totalmente novos, associados ao consumo por conta própria entre moradores de rua, tomar até mesmo pequenas quantidades pode ser prejudicial e até letal.
Segundo especialistas em saúde, o metanol pode causar danos em certas regiões do cérebro. Os olhos também são diretamente afetados, podendo levar à cegueira — como ocorreu com a empresária internada em São Paulo.
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