Cotidiano

Cientistas descobrem mutação genética rara que pode transformar estudos sobre o sono

Um novo estudo identificou uma mutação genética rara, que possibilita a alguns indivíduos funcionarem perfeitamente bem com apenas quatro horas de sono por noite

Ana Clara Durazzo

Publicado em 30/09/2025 às 14:45

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A mutação foi descoberta em uma pessoa com padrões de sono significativamente mais curtos que o habitual, mas sem apresentar sinais de fadiga, prejuízos cognitivos ou problemas de saúde / Freepik

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Dormir menos sem comprometer a saúde pode parecer impossível para a maioria das pessoas, mas para um grupo muito específico essa é uma realidade determinada pelo próprio DNA. Um novo estudo publicado na revista científica PNAS identificou uma mutação genética rara, chamada SIK3-N783Y, que possibilita a alguns indivíduos funcionarem perfeitamente bem com apenas quatro horas de sono por noite.

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O gene do “sono curto natural”

A mutação foi descoberta em uma pessoa com padrões de sono significativamente mais curtos que o habitual, mas sem apresentar sinais de fadiga, prejuízos cognitivos ou problemas de saúde. Segundo os pesquisadores, compreender como essas alterações genéticas funcionam pode abrir caminhos para novas terapias voltadas ao tratamento de distúrbios do sono.

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“Mesmo dormindo menos, esses indivíduos conseguem cumprir todas as funções fisiológicas de recuperação e limpeza que o organismo realiza durante o sono”, explicou a neurocientista Ying-Hui Fu, da Universidade da Califórnia, uma das autoras do trabalho.

Fu lidera uma equipe que há décadas investiga os mecanismos genéticos por trás do chamado sono curto natural. Desde os anos 2000, o grupo já catalogou pelo menos cinco mutações em quatro genes diferentes relacionadas a essa característica, presente em pessoas que dormem de três a seis horas por noite e ainda assim mantêm qualidade de vida.

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Testes em animais de laboratório

Para avaliar os efeitos da mutação, os cientistas aplicaram a alteração em camundongos de laboratório. Os animais geneticamente modificados dormiram, em média, 30 minutos a menos por dia. Embora o impacto nos roedores tenha sido modesto, os pesquisadores acreditam que a resposta no organismo humano seja mais significativa.

Avanço para a ciência do sono

A descoberta reforça o potencial da genética para explicar os mistérios do sono, considerado essencial para a saúde física e mental. Ao compreender como mutações como a SIK3-N783Y funcionam, os cientistas esperam desenvolver tratamentos mais eficazes para distúrbios como insônia, apneia e outras condições que afetam milhões de pessoas no mundo.

 

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