Cotidiano

Cientistas alertam para fenômeno inédito previsto para 19 de dezembro

Descoberto no Chile, o 3I/ATLAS não veio do Sistema Solar e apresenta uma composição química inédita

Nathalia Alves

Publicado em 15/12/2025 às 16:46

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Cometa 3I/ATLAS revela química nunca vista e pode ser o mais antigo já observado / Reprodução/Pexels

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Um visitante interestelar está se aproximando rapidamente da Terra e promete reescrever parte do que sabemos sobre cometas. Descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, no Chile, o cometa 3I/ATLAS fará sua passagem mais próxima do nosso planeta no dia 19 de dezembro. Viajando a mais de 210 mil km/h, este objeto não veio do nosso Sistema Solar, oferecendo uma oportunidade única de estudo.

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O que torna o 3I/ATLAS excepcional é sua composição química atípica. Dados coletados pelo poderoso Telescópio Espacial James Webb revelaram uma proporção anormalmente alta de dióxido de carbono em relação à água – uma característica nunca antes vista em cometas. Observações complementares do

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Telescópio Gemini Sul, também no Chile, confirmaram a presença de cianetoem sua coma (a nuvem de gás ao redor do núcleo), um composto comum em cometas, mas que, neste contexto, ajuda a mapear sua química única.

Uma "cápsula do tempo" de 3 bilhões de anos

Os cientistas estão entusiasmados porque o 3I/ATLAS pode ser uma verdadeira "cápsula do tempo" cósmica. Estima-se que ele seja cerca de 3 bilhões de anos mais antigo que a Terra, tornando-se potencialmente o cometa mais antigo já identificado. Sua jornada através do espaço interestelar, sem a influência prolongada do Sol, significa que ele preserva materiais primordiais praticamente inalterados desde sua formação em um sistema planetário distante.

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"A análise deste objeto oferece uma janela rara para entender a química que existia antes da formação do nosso próprio Sistema Solar", explicou um astroquímico envolvido nas observações.

"A presença de monóxido e dióxido de carbono em abundância indica uma superfície ativa, mesmo longe do calor solar, o que desafia modelos anteriores."

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Impacto na ciência e nas buscas futuras

O estudo minucioso do 3I/ATLAS tem implicações que vão além da astronomia. Ao decifrar os processos químicos em cometas interestelares, os pesquisadores podem obter pistas valiosas sobre os ingredientes básicos para a vida que podem ser transportados entre sistemas estelares, um campo fundamental para a astrobiologia.

Além disso, a detecção e análise desse visitante interestelar demonstram o avanço das capacidades observacionais da humanidade. "Cada objeto como esse é um mensageiro de outro lugar na galáxia", afirmou uma astrônoma planetária. "Ele nos força a revisar nossos livros-texto sobre a formação de cometas e nos prepara para as próximas descobertas inevitáveis à medida que nossa tecnologia avança."

A máxima aproximação do cometa em dezembro não representará qualquer risco para a Terra, mas será um momento histórico para telescópios ao redor do mundo, que estarão coletando dados que podem iluminar as origens mais profundas de alguns dos viajantes mais misteriosos do cosmos.

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Confira mais sobre o 3I/ATLAS no vídeo produzido pelo canal brasileiro SpaceToday.

 

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