Freddy Krueger, interpretado originalmente por Robert Englund, é o assassino que invade os sonhos de suas vítimas, atacando-as durante o sono / Reprodução
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O visual de Freddy Krueger, um dos vilões mais icônicos do cinema, foi cuidadosamente projetado para causar medo e a ciência tem tudo a ver com isso. O suéter listrado vermelho e verde, marca registrada do personagem, não foi escolhido por acaso: as duas cores, quando vistas juntas, geram um desconforto natural ao cérebro humano.
A explicação veio de uma descoberta feita pelo próprio diretor Wes Craven, criador da franquia 'A Hora do Pesadelo' (1984). Ele se inspirou em um artigo publicado na revista Scientific American, que afirmava que o vermelho e o verde são as cores mais difíceis de serem vistas em harmonia — uma combinação que confunde a percepção visual e provoca tensão psicológica.
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'As pessoas acham o vermelho e o verde difíceis de serem vistos juntos', dizia o estudo, segundo o site Screen Rant. Foi o suficiente para que Craven percebesse que a paleta perfeita para o terror já estava diante dele.
Do ponto de vista neurológico, o vermelho estimula a retina e ativa uma resposta de alerta — associada a ação, perigo e sangue. Já o verde tem efeito oposto: é percebido como relaxante e seguro.
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Quando combinadas, essas cores entram em conflito, confundindo o cérebro, que tenta processar estímulos contraditórios. O resultado é um mal-estar visual e emocional, que amplifica o desconforto e o medo.
Assim, cada vez que Freddy Krueger aparece com seu suéter sujo e listrado, o espectador sente — ainda que de forma inconsciente — uma perturbação profunda. O vilão literalmente veste o caos sensorial.
Freddy Krueger, interpretado originalmente por Robert Englund, é o assassino que invade os sonhos de suas vítimas, atacando-as durante o sono.
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Com o rosto queimado, o chapéu surrado e as garras de metal, o personagem se tornou um símbolo do horror dos anos 1980. Mas, além do visual grotesco, foi a combinação de elementos psicológicos e científicos que o transformou em um ícone duradouro do medo.
Craven queria um terror que ultrapassasse o grotesco físico — queria algo que atingisse o subconsciente. E conseguiu: até hoje, o suéter de Freddy é reconhecido instantaneamente, e seu simples aparecimento continua provocando arrepios.
O sucesso de 'A Hora do Pesadelo' mostrou que o medo pode ser construído não apenas por sustos e trilhas sonoras, mas também por detalhes sutis e científicos.
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O suéter de Freddy Krueger é a prova de que a psicologia das cores pode ser tão assustadora quanto uma faca afiada.
'Era isso que Craven queria — que o público se sentisse tão desconfortável quanto as vítimas de Freddy', conclui o Mental Floss.
O primeiro filme da franquia, lançado em 1984, teve orçamento modesto e se tornou um fenômeno cultural, influenciando o cinema de terror por décadas. Até hoje, as cores vermelho e verde permanecem sinônimo de pesadelo — e não é à toa.
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