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Cotidiano

Cidades investem em reciclagem e pensam soluções para reduzir lixo

Dia Mundial do Meio Ambiente: Região precisa de ações imediatas para destinação do lixo, dada a limitação do aterro de Santos

Caroline Souza

Publicado em 05/06/2019 às 07:20

Atualizado em 28/11/2023 às 10:28

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Capacidade do Aterro do Sítio das Neves já está no limite e cidades precisam pensar alternativas para a destinação do lixo / Daniel Villaça/DL

As cidades da Baixada Santista estão empenhadas em reduzir seus resíduos sólidos. Aqui, são gerados cerca de 4% do lixo domiciliar do Estado. As ações precisam ser urgentes, já que o aterro sanitário do Sítio das Neves, na área Continental de Santos, está no limite de sua capacidade.

Em abril de 2018, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Agência Metropolitana (Agem) entregaram o Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PRGIRS/BS), que apresentou uma série de alternativas de destinação final dos resíduos sólidos na região. Também no ano passado, os municípios assinaram através do Condesb um protocolo para redução de resíduos.

Segundo o Comitê de Bacias Hidrográficas - Baixada Santista (CBH-BS), no último dia 29, durante a reunião da CBH-BS, a equipe da CETESB apresentou laudo afirmando que a sobrevida do aterro santista é de, no máximo, 6 anos, ou seja, é preciso achar uma solução para a destinação do lixo neste período.

Na mesma reunião foi votado o resultado do Estudo de Destinação dos Resíduos Sólidos realizado pela AGEM e o IPT, com recursos do CBH-BS. Esse estudo receberá alguns ajustes, mas já está aprovado, sendo peça fundamental para os Municípios debaterem e chegarem a uma conclusão do que deverá ser feito.

O estudo foi solicitado na época em que o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, atual presidente da CBH-BS, era presidente do Condesb (2017). Mourão defende que a solução para a destinação do lixo deve ser tratada de forma regional e emergencial, visto a limitação do Sítio das Neves. Para Mourão a implantação de duas Usinas é a melhor opção.

Com o estudo em mãos, Mourão pretende colocar em pauta o assunto tanto no CBH-BS como no Condesb, já que conta com o apoio do atual presidente do Condesb, Luiz Maurício.

O PRGIRS/BS contempla lixos domiciliares; de construção civil; de serviços de saúde; entre outros.

Re-Ciclos

O município de Bertioga está sediando um projeto piloto no Estado de São Paulo, em parceria com o IPT-SP, o "Re-Ciclos". A intenção é aprofundar o conhecimento com base nos estudos para subsídios que possam ajudar os municípios na tomada de decisão.

Segunda a Prefeitura, os resíduos sólidos envolvidos no projeto estão sendo coletados em uma área amostral da Cidade, que compreende cerca de 500 residências e comércios, no trecho entre as ruas Ayrton Senna, Estevão da Costa e John Wolthers e Avenida Anchieta. Esta localidade não recebe mais o serviço de coleta com o caminhão de lixo na modalidade porta a porta. No local, a coleta dos resíduos é realizada em três frações: orgânico, rejeito e o reciclável.

Os resíduos sólidos são enviados à Central de Triagem de Resíduos Sólidos de Bertioga, onde são separados e encaminhados para destinação nos equipamentos instalados no local: separadora mecânica, que separa os resíduos para reciclagem; biodigestor, que trata a matéria orgânica; e incinerador, com capacidade para incinerar cinco quilos de rejeitos/hora (materiais que não podem ser reciclados, como papel higiênico, absorventes e fraldas).

Ações

Nas nove cidades, a reciclagem tem sido o peça-chave de ação, visando diminuir a quantidade de lixo que vai para o aterro.

A prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informou que tem colocado grandes esforços na redução da geração de resíduos pela população, bem como responsabilizando os grandes geradores de resíduos pela gestão do próprio lixo. Segundo a Administração Municipal, a coleta seletiva aumentou 300% entre 2016 e 2018 e busca reduzir o que é direcionado ao aterro.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Guarujá, a Cidade está discutindo um novo modelo de gestão de resíduos sólidos, com base no Plano Regional, através de um Termo de Ajustamento de Conduta, que visa à construção de um centro de gerenciamento de resíduos sólidos. Este local terá a proposta de ser um sistema de transbordo e usina de reciclagem. A ideia é reaproveitar o máximo de resíduos. O Município também iniciou um novo modelo de coleta seletiva por meio de duas cooperativas (sistema porta a porta), e quatro pontos de coleta voluntária, chamados de Estações de Sustentabilidade.

Em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, a Prefeitura de Cubatão vem fazendo um grande esforço na implementação de programas para ampliar a coleta seletiva na cidade. Na semana passada, lançou o projeto LEV - Locais de Entrega Voluntária - (de lixo reciclável) com a multiplicação de postos nos diversos bairros da cidade. Segundo a Prefeitura, a Cooperativa dos Catadores de Cubatão tem recebido apoio técnico, com o intuito de aumentar a capacidade de coleta.

Recentemente, a Prefeitura de São Vicente assinou um termo de colaboração com uma cooperativa de catadores, para reforçar a coleta seletiva. "Há ainda os projetos Recicla Condomínio e Ateliê Lixo Inteligente, os ecopontos, além dos trabalhos de educação ambiental, como o Circuito Ecológico, Agente Ambiental Mirim e demais ações voltadas à redução dos resíduos. No projeto Ateliê Lixo Inteligente, há oficinas de transformação de garrafas PET em artefatos utilitários e de resíduos volumosos, como madeira e móveis velhos, em novos objetos de decoração", afirmou.

Praia Grande vem investido em projetos e equipamentos na área de reciclagem, como a coleta seletiva e os ecopontos. "Para se ter uma ideia, o total de resíduos recolhidos através destes projetos aumentou em aproximadamente 14% de janeiro a dezembro de 2018, comparado ao mesmo período de 2017", informou a Prefeitura. Somente na coleta seletiva, no ano passado, foram 1.258.770 kg de materiais arrecadados. Já os ecopontos receberam no ano passado 9.126.550 kg. A Administração Municipal pretende triplicar essa quantidade com a ampliação do número de caminhões que realizam a coleta, que passaram de 6 para 12 neste mês de maio; com os novos ecopontos e com a futura construção de pelo menos quatro novas unidades até dezembro deste ano.

Praia Grande conta com dois tipos de serviço de coleta seletiva: coleta solidária e coleta domiciliar. No trabalho de coleta solidária, a ação é feita em repartições públicas de Praia Grande, de segunda a quarta-feira. Já o serviço domiciliar acontece em todos os bairros, sempre meia hora antes da passagem dos caminhões da coleta de lixo domiciliar.

Além disso, os 15 ecopontos do Município contam com caçambas para o descarte de itens como vidro, plástico, papel e pequenas quantidades de entulhos. Os locais ainda recebem o descarte de pilhas e óleo de cozinha. Dois ecopontos, no Caiçara e Aviação, possuem área coberta para o descarte de pneus.

A Prefeitura de Mongaguá afirmou que está trabalhando no serviço de destinação correta de resíduos por meio de uma cooperativa de reciclagem, da Diretoria de Serviços Externos e da Terracom. Tais ações já vêm trazendo uma diminuição de resíduos reaproveitáveis no Transbordo, sendo que a tendência é termos mais reduções, uma vez que o município implantou a coleta de resíduos verdes para compostagem.

Itanhaém disse apenas que a Cidade atua conforme o que é estabelecido no Plano Municipal de Gestão de Resíduos.

Em Peruíbe, a coleta seletiva está em fase de contratação de uma cooperativa para assumir o programa. Segundo a Administração Municipal, o galpão que será destinado para as atividades de reciclagem está sendo reformado. "Em paralelo a isso, a Prefeitura está providenciando o licenciamento, junto a Cetesb, para realizar o gerenciamento do resíduo da construção civil chamado RCC e da massa verde para a realização de compostagem.

Usinas

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande esclareceu que "entende que a destinação dos resíduos sólidos deve ser tratada de forma regional, envolvendo os esforços de todas as prefeituras através do Condesb".

O prefeito Alberto Mourão defende há alguns anos a criação de usina de lixo regional, com tecnologia a ser definida. Para Mourão, o aterro está com capacidade reduzida e deveria ser preservado para receber somente os resíduos das usinas.

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