Conhecida há décadas como uma das cidades mais quentes do Brasil / Prefeitura/Marcos Bergamasco
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Conhecida há décadas como uma das cidades mais quentes do Brasil, Cuiabá voltou a reforçar esse título em outubro de 2023 ao registrar a maior temperatura de sua história: 44,2°C. O recorde foi atingido durante uma onda de calor intensa que afetou o Centro-Oeste e chegou a ser comparado às temperaturas registradas no Deserto do Saara.
A medição ocorreu no dia 19 de outubro de 2023, por estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), superando todos os registros anteriores e colocando a capital mato-grossense no topo do ranking das cidades mais quentes do país.
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Localizada no coração do Centro-Oeste, Cuiabá possui clima tropical semiúmido, com temperatura média anual em torno de 27°C. Os verões são longos, úmidos e extremamente quentes, enquanto o inverno mantém dias de calor intenso, mesmo com noites um pouco mais amenas.
Nos últimos anos, as ondas de calor se tornaram mais frequentes e prolongadas. Especialistas apontam que esse cenário é resultado direto das mudanças climáticas, somadas ao desmatamento e à urbanização acelerada. A formação de ilhas de calor e a redução da cobertura vegetal contribuem para o aumento da temperatura e da sensação térmica na cidade.
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Pesquisas indicam que, caso não haja ações eficazes para conter o aquecimento global, Cuiabá poderá registrar temperaturas próximas de 50°C nas próximas décadas. O alerta foi apresentado pela pesquisadora Ana Paula Paes durante o 1º Seminário de Mudanças Climáticas, promovido em 2024 pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em parceria com a Energisa.
Alerta! Calor extremo e seca ameaçam produção de carne, leite e ovos no Brasil
Modelos climáticos projetam que eventos extremos devem se tornar cada vez mais comuns e intensos, reforçando a necessidade de planejamento urbano, ampliação de áreas verdes e políticas públicas voltadas à mitigação dos impactos climáticos.
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O calor extremo traz riscos significativos à saúde, como desidratação, insolação e complicações cardiovasculares. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças preexistentes estão entre os grupos mais vulneráveis.
Enquanto crianças têm maior dificuldade para regular a temperatura corporal e perdem líquidos com rapidez, idosos costumam sentir menos sede e, em muitos casos, fazem uso de medicamentos que potencializam a desidratação.
Diante das altas temperaturas, a Coordenadoria Técnica de Ensino da Secretaria Municipal de Educação orientou as escolas a intensificar medidas de proteção aos alunos. Entre as recomendações estão o incentivo à hidratação constante, o uso de umidificadores e a liberação do uso de garrafas de água durante as aulas.
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Atividades ao ar livre, como recreios e aulas de Educação Física, devem evitar a exposição direta ao sol, sendo substituídas por ações em ambientes protegidos, como jogos, leituras e exibição de filmes. A alimentação também recebe atenção especial, com reforço no consumo de frutas e sucos.
Paralelamente, a administração municipal tem investido em reformas e ampliações das unidades escolares, com o objetivo de melhorar o conforto térmico e a infraestrutura diante de um cenário climático cada vez mais extremo.