Cotidiano
O fenômeno, incomum pela posição geográfica e pela estrutura, vai influenciar o tempo em todo o Sudeste e ainda alcançar partes do Sul e do Nordeste, com risco de chuva localmente volumosa a excessiva
Ciclones subtropicais e tropicais são raros no Brasil: o último foi o Biguá, em dezembro de 2024 / ImageFX
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Um ciclone considerado atípico deve se formar entre os litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro no início desta semana, segundo alerta da MetSul Meteorologia. O fenômeno, incomum pela posição geográfica e pela estrutura, vai influenciar o tempo em todo o Sudeste e ainda alcançar partes do Sul e do Nordeste, com risco de chuva localmente volumosa a excessiva.
O sistema começa como uma área de baixa pressão ainda nesta segunda (24) e terça (25), provocando instabilidade em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e até em trechos do Centro-Oeste. A previsão indica temporais isolados e acumulados elevados já durante a fase inicial do fenômeno.
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O sistema chama atenção porque deve surgir mais ao Norte do que o habitual, em plena costa do Sudeste. A maioria dos ciclones do Atlântico Sul se forma entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. Além disso, há possibilidade, ainda incerta, de o fenômeno adquirir características subtropicais, o que é considerado anômalo.
Ciclones subtropicais e tropicais são raros no Brasil: o último foi o Biguá, em dezembro de 2024. Antes dele, o Akará, que se formou próximo ao Rio de Janeiro.
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• Atuação da baixa pressão com chuva forte e temporais isolados em SP, RJ, MG, ES, SC e PR.
• O sistema começa a se aprofundar junto ao litoral paulista e fluminense.
• Início da ciclogênese (formação do ciclone).
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• Chuva mais intensa no Leste paulista, RJ, Norte/Leste de MG e Espírito Santo — este último com potencial de temporais.
• Ciclone já formado e se afastando do continente, atingindo pressão mínima entre 995 e 997 hPa no Atlântico.
• O ramo frontal pode levar chuva forte ao Norte do ES, Norte de MG e Sul da Bahia.
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• Sistema se distancia da América do Sul e tende à dissipação entre 30 de novembro e 1º de dezembro.
Segundo a MetSul, os impactos mais significativos devem ocorrer antes de o ciclone atingir sua fase madura — ou seja, ainda enquanto a baixa pressão estiver sobre o continente:
Extremo Nordeste de SC
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Litoral do Paraná
Sul e litoral de SP
Acumulados previstos: 100 mm a 200 mm, podendo superar esses valores.
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Interior de SP
RJ
MG
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ES
Norte de MG e Sul da Bahia
– Podem registrar entre 100 mm e 200 mm, com possibilidade de volumes ainda maiores de forma isolada.
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Esses totais são suficientes para causar inundações, enxurradas e deslizamentos.
O vento mais intenso permanecerá no mar, distante da costa, com rajadas acima de 100 km/h.
No continente, o maior impacto deve ocorrer no Rio de Janeiro, com rajadas entre 50 km/h e 70 km/h na terça-feira.
Ainda não se sabe. Caso a Marinha do Brasil classifique o sistema como subtropical e ele apresente ventos sustentados acima de 63 km/h, poderá se tornar uma tempestade subtropical — e aí receberia nome. O próximo da lista é Caiobá, que significa 'habitante da mata', em tupi antigo.
Importante destacar: o nome não indica maior perigosidade. Na verdade, ciclones extratropicais, que não recebem nome, costumam causar impactos mais severos e são muito mais comuns na região.
O sistema chama atenção porque deve surgir mais ao Norte do que o habitual, em plena costa do Sudeste. A maioria dos ciclones do Atlântico Sul se forma entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. Além disso, há possibilidade — ainda incerta — de o fenômeno adquirir características subtropicais, o que é considerado anômalo.
Ciclones subtropicais e tropicais são raros no Brasil: o último foi o Biguá, em dezembro de 2024. Antes dele, o Akará, que se formou próximo ao Rio de Janeiro.