Cotidiano
Com quase toda a chuva do mês em 6 horas, Santos enfrenta ruas alagadas, vias bloqueadas, lixo espalhado e escoamento comprometido
Efeitos do temporal foram agravados pelos resquícios da ressaca marítima dos últimos dias / Leitor/DL
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Santos amanheceu debaixo d’água nesta quarta-feira (6). O temporal que atinge o Litoral de São Paulo desde a madrugada trouxe à tona o velho retrato do improviso na gestão urbana: ruas alagadas, lixo boiando, vias interditadas e serviços públicos operando no limite.
Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), choveu 119,2 mm nas últimas seis horas — um volume quase igual à média histórica mensal para agosto (122,2 mm). O dado foi registrado na estação do Morro do São Bento e está entre os maiores índices do Estado. A força da maré também impressionou: por volta das 8h, as ondas chegaram a 1,72 metro na Ilha das Palmas.
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Os efeitos do temporal foram agravados pelos resquícios da ressaca marítima dos últimos dias, que assoreou canais e prejudicou o escoamento da água da chuva. Somente no Canal 3, mais de 960 toneladas de areia foram removidas. A limpeza ainda está em andamento e segue diariamente das 7h às 16h, conforme informado pela Prefeitura.
Como se não bastasse, a Cidade também ainda sente os efeitos da greve parcial dos coletores de lixo, encerrada apenas na tarde de terça-feira (5). O acúmulo de resíduos nas calçadas e sarjetas colaborou para a obstrução das grelhas de drenagem, potencializando os pontos de alagamento.
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A coleta e a varrição urbana voltaram a funcionar com 700 trabalhadores e 22 caminhões basculantes, que atuam mesmo sob as fortes chuvas. Ainda assim, a limpeza emergencial parece insuficiente frente ao volume de água e lixo espalhado.
As principais avenidas da Cidade — como Nossa Senhora de Fátima, Francisco Manoel, Waldemar Leão e os tradicionais canais 1 ao 4 — enfrentam alagamentos e bloqueios. A CET monitora e atualiza rotas alternativas pelas redes sociais (@cet_santos).
Além disso, a rede municipal de ensino opera em regime de acolhimento. Muitos alunos e funcionários não conseguiram chegar às escolas. As atividades nos centros esportivos também foram suspensas.
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Em publicação nas redes sociais, o prefeito Rogério Santos reconheceu os impactos do temporal e listou os fatores que agravaram a situação. A postagem gerou uma série de críticas à gestão atual.
“Pessoal, infelizmente a cidade está sofrendo com os alagamentos. Tivemos a greve dos profissionais da limpeza, o excesso de areia por conta da última ressaca, que acabou obstruindo as galerias, e cerca de 96mm de chuva em poucas horas. Estamos atuando para resolver a situação o quanto antes com nossas equipes, mas queria vir aqui falar com vocês, como sempre faço. Mantenham-se em segurança e longe das áreas de risco. Trarei mais informações. Seguimos acompanhando.”
Apesar do cenário de caos, não há, até o momento, registro de vítimas ou ocorrências graves nos morros, que seguem em estado de atenção. Equipes de drenagem da Prodesan aguardam a redução do nível da água para atuar nos pontos críticos.
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