08 de Outubro de 2024 • 06:53
Entregadores de app correm mais riscos na chuva / Arquivo/Agência Brasil
No conforto do seu sofá você pega seu aparelho celular, abre o iFood e faz um pedido. Daí em diante começa uma luta contra o tempo do estabelecimento comercial e do entregador para que tudo chegue na sua casa com ótima qualidade. Porém, nem sempre é possível realizar a entrega, principalmente quando chuvas torrenciais castigam a cidade. Empresários relataram à Reportagem dificuldades, inclusive, para manter seus comércios abertos nas últimas 24 horas, onde mais de 200 mm de água caíram na região. Alguns tinham pedidos, mas não conseguiam entregadores.
Ruas alagadas, risco de quedas e acidentes. As fortes chuvas que ainda caem sob a Baixada Santista colocam em risco direto os entregadores, que precisam redobrar a atenção no trânsito. Porém, nem sempre é possível trabalhar.
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"Com a chuva muito forte e os alagamentos não conseguimos enxergar buracos, a chance de derrapar aumenta e ainda podemos comprometer o motor da moto. É muito arriscado fazer entregas com o tempo severo, assim como está aqui na cidade. É por isso que muitos (entregadores) preferem não se arriscar e esperar as condições climáticas melhorarem", explica Matheus Henrique Godoy da Silva, de 24 anos, que há quatro trabalha como entregador em Guarujá.
Para os comerciantes os prejuízos das fortes chuvas também são altos. Segundo eles, não conseguir fazer delivery faz com que as contas do dia não fechem e o caixa acabe ficando no negativo.
Jaqueline Miranda é gerente da "Vó Nina Delícias" e conta que, na noite da última quarta-feira (24) precisou fechar o comércio às 18h30, o que lhe gerou um prejuízo de cerca de 30 entregas.
"Primeiro, tudo aqui em volta alagou. Segundo, é um risco colocar os entregadores para trabalhar neste tempo ruim. Eles podem se acidentar e jamais vamos dar margem para que isso aconteça. Então, por volta de 18h30 decidimos fechar, pois não havia condição de realizar nenhuma entrega. Foram cerca de 30 pedidos a menos por conta disso. Prejuízo enorme", lamenta Jaqueline.
Monitorando bairros
Marcos Paulo Santana de Moura, de 49 anos, é dono do restaurante que leva seu nome no Centro da cidade (Paulo´s). Em conversa com a Reportagem do DL ele explicou que seu comércio está monitorando bairros que alagam mais ou menos, e assim definindo as estratégias de entrega.
"Há locais que não estamos entregando desde ontem a noite. Sabemos alguns pontos que são conhecidos por alagar mais que outros, e assim vamos definindo as nossas estratégias de entrega. Não podemos colocar nossos entregadores em risco e esperamos que as pessoas entendam que chuvas fortes atrapalham", comenta.
Sobre os pedidos via iFood, Moura contou que desabilitou os pedidos pelo aplicativo na data de hoje, entendendo que é preciso cautela até que o nível da água diminua em toda a cidade.
"O iFood é bom, ajuda pra caramba, mas os pedidos já chegam na gente para entregar, independente do bairro. Hoje não estamos trabalhando com ele (iFood). Os clientes ligam aqui no restaurante ou chamam pelo Whatsapp e a gente, na hora, avisa se vai ou não consegui entregar. É uma forma de manter a qualidade do serviço e não deixar o cliente esperando ou insatisfeito por um cancelamento sem justificativa", finaliza.
O Paulo´s informou que, na noite da última quarta-feira (24) deixou de realizar cerca de 40 entregas por conta das fortes chuvas, mas que seu salão esteve cheio, mesmo com os alagamentos na cidade.
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