Cotidiano

Choveu, alagou: Entenda os principais fatores por trás dos alagamentos no litoral de SP

Especialistas apontam que o alagamento é resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de água que chega e a capacidade da cidade de absorvê-la ou escoá-la com eficiência

Ana Clara Durazzo

Publicado em 06/08/2025 às 09:30

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O alagamento causou transtornos aos moradores da região / Leandro Fonseca/Leitor DL

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Na madrugada desta quarta-feira (6), o litoral de São Paulo foi atingido por uma forte tempestade, que ocasionou diversos pontos de alagamento nas cidades. Comuns em cidades brasileiras durante o verão e cada vez mais frequentes ao longo do ano, os alagamentos em vias urbanas são resultado de uma combinação de fatores estruturais e ambientais. Embora muita gente associe os transtornos apenas à intensidade da chuva, a verdade é que a forma como as cidades são planejadas (ou não) tem papel central nesse tipo de ocorrência.

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Especialistas apontam que o alagamento é resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de água que chega e a capacidade da cidade de absorvê-la ou escoá-la com eficiência.Confira os principais fatores que contribuem para o problema:

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Volume intenso de chuva em pouco tempo

Chuvas fortes e concentradas em um curto período de tempo são cada vez mais comuns, e podem sobrecarregar os sistemas de drenagem urbana, que muitas vezes não estão preparados para receber tanta água de uma só vez.

Impermeabilização do solo

O avanço da urbanização, com asfalto, concreto e construções ocupando praticamente todo o espaço urbano, reduz drasticamente a capacidade do solo de absorver a água da chuva. Sem infiltrar, a água escoa superficialmente, correndo para as ruas, o que eleva o risco de alagamentos.

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Ocupação de áreas de várzea

Áreas de várzea, como margens de rios e terrenos naturalmente alagadiços, têm função ecológica essencial para absorver o excesso de água. No entanto, a ocupação irregular desses espaços com moradias e comércios agrava a vulnerabilidade e torna regiões inteiras propensas a enchentes.

Sistemas de drenagem obsoletos ou malcuidados

Grande parte das cidades brasileiras possui infraestruturas de drenagem antigas, subdimensionadas ou mal conservadas. Sem manutenção frequente, bueiros, galerias pluviais e canais podem ficar entupidos, perdendo a capacidade de escoar a água corretamente.

Acúmulo de lixo

O descarte inadequado de lixo nas ruas e calçadas contribui diretamente para o entupimento dos sistemas de drenagem. Resíduos plásticos, folhas e detritos impedem a passagem da água pelos bueiros, criando verdadeiras barreiras e acelerando os alagamentos.

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Mudanças climáticas

O cenário se agrava com as mudanças climáticas, que vêm provocando chuvas mais frequentes, intensas e imprevisíveis. A elevação das temperaturas aumenta a evaporação e gera mais umidade na atmosfera, criando as condições ideais para tempestades mais severas.

 O que pode ser feito?

Para reduzir os impactos dos alagamentos, especialistas defendem medidas como:

Planejamento urbano mais sustentável, com áreas verdes e preservação de várzeas;

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Investimentos em infraestrutura de drenagem, com ampliação e modernização das redes;

Campanhas de conscientização sobre descarte correto de lixo;

Uso de soluções baseadas na natureza, como jardins de chuva e pavimentos permeáveis;

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E políticas de adaptação climática, para preparar as cidades para eventos extremos.

Enquanto isso, a população continua a conviver com os transtornos das chuvas, que transformam ruas em rios e evidenciam a urgência de repensar o modelo urbano das cidades brasileiras.

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