Cotidiano

Chef brasileiro recusa emprego com Príncipe William por motivo inusitado

Saulo Jennings disse que o menu escolhido tinha "preconceito com a comida brasileira" e recusou convite para evento da realeza

Giovanna Camiotto

Publicado em 23/10/2025 às 22:00

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O cozinheiro se recusou a preparar cozinha exclusivamente vegana / Reprodução/Redes Sociais

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Um dos nomes mais respeitados da gastronomia amazônica, Saulo Jennings recusou um convite que muitos considerariam irrecusável: cozinhar para o príncipe William. O motivo foi a exigência de que o jantar do Earthshot Prize 2025, premiação ambiental criada pelo príncipe, tivesse menu 100% vegano, sem qualquer ingrediente de origem animal.

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Apesar de declarar não ter nada contra o veganismo, o chef explicou que a restrição afetaria a essência da culinária amazônica, especialmente em um evento de projeção internacional.

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“A questão não é sobre não cozinhar comida vegan. É sobre a valorização do ingrediente brasileiro, inclusive agora, que estamos na época da COP. Se existe uma preferência por pratos sem carne, poderíamos fazer, por exemplo, um menu 80% vegan, mas dando espaço à comida brasileira. Tem que ter um peixe, estamos no Brasil”, afirmou Saulo Jennings à Folha de S. Paulo.

Antes, a história era outra!

Em 2023, o chef já havia encantado o rei Charles III com receitas tradicionais, como arroz de pato com tucupi e peixe com musseline de mandioca, e tentou negociar a inclusão de ao menos um prato com peixe. Mesmo assim, os organizadores mantiveram a exigência do cardápio totalmente vegano, levando Jennings a recusar o convite após semanas de conversas.

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“Não acredito que todos os 700 sejam veganos. Acho que existe um preconceito com a comida brasileira. [...] As pessoas ficam: ‘será que eu vou me assustar? Será que são animais silvestres?’. Não é a primeira vez que isto acontece, que pessoas de outros países ficam com receio e acabam por pedir para restringir, para servir só snacks e coisas assim”, contou o chef.

Para Jennings, a ausência de ingredientes amazônicos, especialmente o peixe, retira a autenticidade da experiência gastronômica, ainda mais em um evento sediado no Brasil, país cuja culinária tem relação direta com a biodiversidade e os recursos naturais.

“O meu trabalho tem que ter um pouco de amazonidade, principalmente os peixes, valorizando milhares de famílias que subsistem da pesca. Sou o primeiro embaixador da ONU que representa a comida amazónica, tenho a missão de levar a nossa comida para outros países”, destacou.

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Com a recusa de Saulo Jennings, a chef Tati Lund, especializada em gastronomia sem carne, assumirá o comando do menu do evento no Rio de Janeiro.

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