Cera de ouvido pode ajudar a detectar câncer, diz pesquisa brasileira

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Federal de Goiás trouxe uma descoberta promissora sobre a relação entre a cera do ouvido e o diagnóstico prévio do câncer. Dados indicam que a cera acumulada tem valor científico incalculável para estudos na área de saúde.

"Ela é uma pepita de ouro que tá trazendo informações do corpo humano pra nós. E ela tá num lugar relativamente protegido de influências externas, de contaminações externas e é de fácil coleta", afirmou Camilla Oliveira, médica otorrinolaringologista, ao g1.

Dados da pesquisa

O estudo coletou amostras de 751 voluntários para descobrir se havia alterações na saúde dos indivíduos. Destes, 220 participantes não tinham nenhum diagnóstico anterior.

Em cinco deles, a pesquisa identificou substâncias atípicos, que poderiam indicar a presença de câncer. Outras 531 pessoas já estavam em tratamento oncológico. A análise indicou a doença em todos.

"Se nosso organismo está bem, a composição química da cera do ouvido é uma. Se ele tá com alguma alteração que possa implicar numa doença, essa composição se altera. Então a cera de ouvido pra nós hoje é como se fosse uma impressão digital da nossa condição de saúde", disse Nelson Antoniosi Filho, professor da UFG e coordenador da pesquisa.

"Ele permite diagnosticar etapas anteriores ao câncer. Então isso, com certeza, vai facilitar muito o processo de tratamento e vai diminuir o sofrimento de pacientes", complementou ele.

O resultado final da pesquisa foi publicado na revista Scientific Reports, considerada uma das mais importantes do mundo.

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