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A demora na atracação dos navios transatlânticos nos berços dos Armazéns XV e XVI do Porto de Santos está prejudicando o embarque e desembarque dos passageiros das catraias. Segundo o presidente da Associação dos Mestres Regionais Autônomos do Porto de Santos (Associação dos Catraieiros), Walter Ferreira da Nóbrega, a amarração dos navios no cais, que antes era feita de 15 a 20 minutos, está demorando cerca de 45 minutos.
“As catraias só podem atravessar depois que os navios atracarem, mas a amarração está levando 45 minutos”, afirmou Walter. Segundo ele, o problema já foi discutido em reunião da qual participaram a Associação dos Catraieiros, a Capitania dos Portos e a Praticagem. “Fizemos um relatório, encaminhamos para a Capitania dos Portos e estamos aguardando uma solução”, disse Walter, que espera a resposta para os primeiros dias de 2010.
De acordo com Walter, de segunda a sexta-feira, 40 embarcações fazem o transporte de passageiros entre Santos e Vicente de Carvalho e vice-versa, durante 24 horas. Aos sábados e domingos, o transporte é feitos por 20 embarcações.
“O atraso na amarração dos navios está prejudicando os trabalhadores, principalmente às 6 horas, que é horário de pico. Muitos trabalhadores do porto utilizam as catraias”.
A empregada doméstica Maria Veraldina dos Santos que mora em Vicente de Carvalho e trabalha em uma residência no Canal 5 reclama: “a gente tem que esperar meia hora para poder atravessar. É muito ruim”.
Outra empregada doméstica, Zuleide da Silva Miranda, tem medo de fazer a travessia. “Eu atravesso a cada 15 dias, mas acho perigoso quando passa navio. No ano passado, a corda de um navio quase atingiu a cabeça do meu neto porque a catraia estava bem perto”.
O operador de tráfego e transporte, Valdir Batista da Silva, também acha o transporte temeroso, pois “várias vezes os navios passaram bem perto das catraias”, mas apesar disso, já se acostumou.
A redação do DL recebeu fotos de flagrantes de catraias navegando muito próximo ao navio de passageiros MSC Lírica. Sobre a proximidade, o presidente da Associação dos Catraieiros justifica que os condutores se aproximam dos navios para pressionar que a atracação seja feita mais rapidamente.
A Capitania dos Portos de São Paulo, responsável pela inspeção no tráfego marítimo, informou que ainda não tem posição sobre o assunto.
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