Cotidiano

Casos de infarto afetam mais de 230 mil jovens no Brasil; especialista alerta os riscos

Ao Diário, o Dr. Firmino Haag, cardiologista e coordenador da Cardiologia do Hospital Albert Sabin, explica o que pode levar ao diagnóstico

Gabriel Fernandes

Publicado em 14/07/2025 às 15:40

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Mesmo que sejam menos frequentes do que na população adulta, os jovens também são suscetíveis às doenças cardiovasculares / Engin Akyurt/Pexels

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Entre 2022 e 2024, foram registrados mais de 234 mil atendimentos relacionados a casos de infarto em pessoas com menos de 40 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Embora sejam mais raros durante a adolescência, os infartos ainda podem ocorrer por uma série de fatores.

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Segundo o Doutor Firmino Haag, cardiologista e coordenador da Cardiologia do Hospital Albert Sabin (HAS), mesmo que sejam menos frequentes do que na população adulta, os jovens também são suscetíveis às doenças cardiovasculares.

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Sintomas

Entre os principais fatores de risco citados por Haag estão anomalias congênitas das artérias coronárias, abuso de substâncias ilícitas como álcool e cigarro, hipertensão arterial sistêmica não controlada, dislipidemia congênita e até mesmo antecedentes familiares, como obesidade, sedentarismo, estresse e problemas de saúde mental.

Um exemplo de paciente que recebeu este diagnóstico foi o profissional de educação física José Roberto Amorim, 68 anos, que sofreu um infarto quando tinha 41.

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"Fazia tratamento para hipertensão e tive uma dor muito forte no peito, repentinamente. Não tive dor de cabeça, dormência ou outra dor", recorda.

Por conta de sua formação, ele percebeu que se tratava de um infarto. "Comecei a tossir, pois tinha uma noção de como proceder. Fui levado ao pronto-socorro e recebi o atendimento."

Em decorrência do episódio, Amorim precisou passar por uma cirurgia para colocação de três pontes de safena. Curiosamente, ele havia ido a uma consulta com o cardiologista uma semana antes do episódio. 
"Quando eu estava internado na Beneficência, em São Paulo, eu era o mais novo lá", comenta.

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De acordo com Haag, episódios de estresse crônico também podem ser responsáveis por ativar o sistema nervoso simpático, levando ao aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca e à liberação de hormônios como a adrenalina e o cortisol.

"Esses mecanismos podem causar danos às paredes das artérias, promover inflamação e aumentar o risco de formação de placas de gordura (aterosclerose)", explica o cardiologista.

Clima

Em períodos de variações extremas de temperatura, os casos de infarto também podem afetar adolescentes, assim como adultos.

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"As temperaturas baixas provocam vasoconstrição, ou seja, o estreitamento dos vasos sanguíneos. Isso aumenta a resistência ao fluxo sanguíneo e pode elevar a pressão arterial. Essa resposta do corpo ao frio pode sobrecarregar o coração e aumentar o risco de eventos cardiovasculares, como o infarto", explica Haag.

No entanto, ele ressalta que levar um estilo de vida com dieta inadequada e falta de atividade física, fatores que contribuem para o sedentarismo e a obesidade, também aumenta o risco de doenças cardíacas.

Prevenção

Mesmo com diversos fatores envolvidos, tanto em adolescentes quanto em adultos, é essencial buscar orientação médica sempre que necessário para minimizar os riscos de problemas cardíacos.

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"A promoção de hábitos de vida saudáveis desde cedo é fundamental para a prevenção", comenta o cardiologista.

Casos

Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nos últimos três anos foram realizados mais de 156 mil procedimentos ambulatoriais e hospitalares por infarto agudo do miocárdio em homens com até 40 anos no Brasil.

Entre as mulheres na mesma faixa etária, o número ultrapassa os 77 mil. Segundo um artigo recente publicado na revista Communications Medicine, as anomalias solares também seriam os responsáveis por este diagnóstico. A maioria dos casos ocorre entre os 31 e 40 anos, mas há registros até mesmo em crianças.

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No mesmo período, mais de 7,8 mil mortes tiveram como causa o infarto no país. Em 2022, foram 2.720 óbitos; em 2023, 2.609; e, em 2024, 2.536 até o momento.

Aumento dos riscos

Um novo estudo publicado na revista científica Heart acendeu o alerta sobre os riscos cardiovasculares associados ao uso de maconha. 

A pesquisa, considerada uma das maiores já feitas sobre o tema, analisou dados de cerca de 200 milhões de pessoas entre 19 e 59 anos, revelando que o consumo da substância dobra o risco de morte por doenças cardíacas

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