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Cotidiano

Casemiro Tércio Carvalho deixa o comando da Santos Port Authority

Em comunicado na noite desta sexta-feira (24), ele afirma que se desliga com a sensação de dever cumprido e agradece ao ministro Tarcisio Freitas e ao secretário Diogo Piloni pela oportunidade

Da Reportagem

Publicado em 24/04/2020 às 20:05

Atualizado em 24/04/2020 às 21:15

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Casemiro Tércio Carvalho deixa a SPA após pouco mais de um ano / Reprodução/Sindaport

Casemiro Tércio Carvalho não é mais presidente da Santos Port Authority - SPA (Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp). Em seu lugar, assume interinamente o diretor de Administração e Finanças Fernando Biral. Carvalho apresentou a solicitação de desligamento hoje ao Conselho de Administração, mas os efeitos ocorrerão na próxima segunda-feira. Casemiro Tércio assumiu a estatal no ano passado. A SPA, com sede em Santos é uma empresa pública, vinculada à Secretaria Nacional de Portos do Ministério da Infraestrutura.

Em comunicado na noite desta sexta-feira (24), ele afirma que se desliga com a sensação de dever cumprido e agradece ao ministro Tarcisio Freitas e ao secretário Diogo Piloni pela oportunidade.

Leia o comunicado na íntegra:

Comandar o Porto de Santos é o maior desafio da minha carreira. Esse compromisso com o governo federal, com o Porto de Santos e com a região tem o propósito de contribuir para transformar o maior porto da América Latina num modelo de eficiência e sustentabilidade para o setor portuário, representando o melhor custo de oportunidade e segurança para a carga. Junto com um time coeso e com honestidade de propósito, assumi a missão confiada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, de preparar a Companhia para a desestatização com a máxima geração de valor.

Nesse tempo à frente da Autoridade Portuária de Santos, muito foi feito para cumprir o objetivo proposto. Com uma governança corporativa alinhada às melhores práticas de mercado, transparência e integridade, lançamos as bases para o futuro do Porto de Santos visando atração de investimentos, novos negócios e modernização do perfil da mão de obra. Sempre tratando a coisa pública como tal, com respeito e zelo pelo nosso acionista: a sociedade.

Foram vários avanços. Do planejamento à operação, da infraestrutura às finanças. Entre os principais resultados, destaco os contratos de arrendamento firmados a valores de mercado, com a correta remuneração pela exploração privada do bem público, e o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento, que tira o Porto de Santos do passado e o coloca no século 21. Alinhado à lógica da economia portuária mundial, o novo planejamento prevê a clusterização de áreas por tipo de carga, em busca de ganhos de escala. Contempla, também, a dedicação de berços aos terminais e o aumento da participação ferroviária nas operações, em consonância com as ações de integração de modais conduzidas pelo Ministério da Infraestrutura. É dentro dessa mentalidade moderna, que prioriza o Porto como unidade indutora de negócios da economia brasileira, que novas áreas são modeladas para licitação de instalações, com notório destaque para os leilões já anunciados de dois terminais de celulose, recém-aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Ainda no âmbito do planejamento, mostramos tecnicamente que o túnel submerso é a melhor solução de ligação seca entre as margens do Porto (Santos e Guarujá), tanto do ponto de vista da engenharia quanto da mobilidade urbana. E que, dado o ambiente de dificuldade fiscal do Estado, a melhor forma de viabilizá-lo é no âmbito da desestatização do Porto.

No que se refere à gestão, a retirada de restrições para operação de determinados berços de atracação e a fiscalização mais assertiva permitiram o destravamento e a consequente redução da fila de navios nas áreas de fundeio. Como resultado, o Porto bateu sucessivos recordes de movimentação de cargas, crescendo dois dígitos num momento em que a economia ainda ensaiava recuperação. Atualizamos, ainda, a norma de atracação, substituindo um regramento de 1979. Modernizada e com nova distribuição de berços, a norma respeita os atuais tamanhos e tipos de embarcações.

Outra importante ação foi a contratação da dragagem de manutenção por 24 meses, um desafio encarado com muito esmero pela equipe de infraestrutura e que legará um porto em dia com a sua principal função, qual seja a de garantir o tráfego aquaviário.

Com um olhar estratégico para a área de TI, entendendo que o futuro do Porto de Santos é um ambiente de tecnologia, desenhamos o projeto de modernização do parque tecnológico e a arquitetura de um hub de inovação, provendo para os próximos meses a sua implantação. Da mesma forma, trabalhamos com afinco a internacionalização da imagem do Porto, com vistas a projetar as oportunidades para potenciais investidores.

Acredito que os debates travados com agentes portuários e com a sociedade contribuíram para o amadurecimento de decisões que se mostraram acertadas com o tempo, pois imbuídas do propósito de preparar Santos para o inexorável - o futuro.

Nesta jornada procuramos nos envolver em projetos importantes para a região, num esforço para aprimorar a relação porto-cidade, e mostramos nosso comprometimento e respeito pelas cidades que abrigam o Porto de Santos lutando ao seu lado nesta batalha contra a covid-19. Estabelecemos condições de maior segurança para o trabalhador portuário neste momento e procuramos contribuir com as prefeituras de Santos e Guarujá com doações de materiais necessários ao combate do vírus.

Por fim, destaco a administração diligente da equipe no esforço diário para alcançar o equilíbrio econômico-financeiro. Atingimos, com isso, uma sucessão de bons resultados fundamentais não só no caminho para a desestatização, mas também para a sustentabilidade da empresa no presente. Destacam-se a reversão do prejuízo de R$ 468 milhões (2018) em lucro líquido de R$ 87,3 milhões (2019); o aumento do potencial de geração de caixa; o Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV); e o equacionamento do déficit histórico do fundo de pensão dos trabalhadores portuários, o Portus, com a garantia do recebimento dos benefícios por milhares de famílias.

Esses feitos não teriam sido alcançados sem a parceria, dedicação e competência do diretor de Administração e Finanças, Fernando Biral, profissional da máxima qualidade, com quem tive o privilégio de compartilhar essa trajetória bem-sucedida, e amigo leal que assume, agora, o protagonismo da continuidade do projeto na cadeira de presidente da Santos Port Authority (SPA), o que, estou certo, fará com foco e determinação.

Meu agradecimento renovado ao ministro Tarcísio, timoneiro de primeira grandeza a conduzir a transformação da infraestrutura nacional, e ao secretário de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, responsável por liderar a remodelação dos portos brasileiros, por me confiarem a oportunidade de contribuir para esse empreendimento. E, em especial, ao destemido e brilhante time da SPA que remou comigo sincronizado, com intensidade e na mesma direção. Foi uma honra conduzi-la, torço para o sucesso do projeto e de todos.

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