Se você busca uma experiência autêntica no Litoral paulista, a Casa das Bananadas, em São Vicente, ao lado da Ponte Pênsil, é uma parada essencial / Isabella Fernandes/DL
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Se você busca uma experiência autêntica no Litoral paulista, a Casa das Bananadas, em São Vicente, ao lado da Ponte Pênsil, é uma parada essencial. Com mais de 100 anos de história, este espaço não é apenas um lugar para saborear doces tradicionais, mas também uma verdadeira viagem ao passado, além de ser um ponto perfeito para relaxar com uma vista privilegiada para o mar.
A história da Casa das Bananadas começou há mais de um século, em 1921, quando os avós de Osnilda Blume chegaram a São Vicente trazendo consigo os conhecimentos da vida no campo.
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“Começou com a minha avó fazendo doce. Já tem 124 anos”, conta Osnilda.
A família vivia em fazenda antes de se mudar para a cidade, e ali sua avó produzia doces típicos: abóbora, mamão e, claro, a bananada que viria a se tornar símbolo da cidade.
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“Quando ela veio pra cá, ela sabia fazer essas coisas de fazenda. Então era abóbora, era mamão, era bananada. E começou assim”, relembra.
Com o tempo, a tradição se fortaleceu ainda mais. A mãe de Osnilda, que vivia em São Paulo, se mudou para São Vicente após se casar. Para ajudar no orçamento, passou a produzir docinhos pequenos, complementando os tabletes feitos pela avó e ampliando a variedade da pequena produção familiar.
Com o passar dos anos, a receita da bananada vicentina, feita com banana prata e preparada totalmente “a olho”, sem conservantes ou medidas exatas, se manteve intacta. Tudo segue o estilo clássico dos doces de avó com textura macia, sabor marcante e aroma que toma conta do ambiente.
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“Eu nasci nessa casa, estou aqui há 81 anos. Meu irmão também nasceu aqui. Nós dois nascemos nesta casa”, diz orgulhosa.
Manter a atividade no mesmo endereço por mais de um século, conduzida pela mesma família e preservando as mesmas técnicas, é um feito raro.
“Eu me sinto muito honrada. Aonde eu vou, sempre tem alguém que conhece. Se eu te contar que estava na Itália e, quando uma moça me viu, gritou tanto”, lembrou.
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A tradição que envolve o estabelecimento não pertence apenas à família Blume. Ela também vive nas histórias de quem cresceu visitando o local. Durante a visita, a reportagem conheceu Márcia Kinzebaw, que frequenta a Casa das Bananadas desde os cinco anos de idade.
Hoje, aos 69, Márcia mantém o mesmo ritual sempre que visita o Litoral.
“A gente vinha aqui, onde os avós da Osnilda vendiam caldo de cana e bananada. Eu vinha com meus pais para tomar caldo de cana, comprar bananada e comer cocada”, lembra.
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Agora, com uma casa no Guarujá, ela e o marido continuam a tradição, reforçando a conexão afetiva que atravessa décadas.
Se São Vicente é reconhecida como a primeira cidade do Brasil, a Casa das Bananadas é um daqueles lugares que ecoam essa identidade histórica. Resistindo ao tempo, às mudanças do comércio e às modernidades que surgem e desaparecem, o local segue firme, mantendo a simplicidade e o sabor que encantam gerações.
É raro encontrar um espaço que, ao mesmo tempo, preserva receitas centenárias, mantém o atendimento familiar e ainda oferece ao visitante a sensação de estar entrando num pedaço vivo da história vicentina. Ali, passado e presente convivem no mesmo balcão.
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