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Após dois meses chuvosos que ajudaram a recuperar 14% da capacidade do Sistema Cantareira, a seca extrema voltou a castigar em abril o maior manancial paulista. A entrada de água nos reservatórios que ainda abastecem 5,4 milhões de pessoas só na Grande São Paulo caiu 59% no mês passado, na comparação com março, e se aproximou do recorde negativo registrado em abril de 2014, deixando as autoridades mais pessimistas em relação ao futuro do Cantareira.
Segundo boletim divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão afluente média (água que chega nas represas pelos rios e pelas chuvas) ao sistema em abril foi de apenas 15,6 mil litros por segundo, ante 38,1 mil l/s registrados em março, que foi o índice mais alto desde março de 2013. O volume de água que não entrou seria suficiente para abastecer 6,7 milhões de pessoas e equivale, no mês, a 6% da capacidade do sistema. Na média observada desde 1930, a queda de vazão entre março, que é o último mês chuvoso, e abril, o primeiro de seca, é de apenas 27%.
O balanço frustra as expectativas dos gestores da crise dos governos Dilma Rousseff e Geraldo Alckmin (PSDB), que acreditavam que a estiagem severa no manancial havia acabado após dois meses consecutivos com chuvas acima da média e vazões até quatro vezes maiores do que no mesmo período em 2014. Em abril, contudo, a entrada de água nas represas ficou 64% abaixo da média (43,2 mil l/s) e muito próxima da registrada no mesmo período no ano passado (13,5 mil l/s), que foi o pior abril em 84 anos.
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A explicação para esse cenário é que as chuvas desapareceram. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), choveu no Cantareira em abril apenas metade dos 89,8 mm previstos (45,3 milímetros). Em março, por exemplo, a pluviometria acumulada foi de 206 mm e em fevereiro, de 322,4 mm. O saldo no mês passado foi pior até que abril de 2014, quando choveu na região dos reservatórios 85,7 milímetros.