Museu da História de Guarujá exibe atualmente cerca de 400 itens históricos / Divulgação
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O Museu da História de Guarujá, primeiro e único do município, está ameaçado de fechar as portas por falta de verba. Inaugurado em novembro de 2023, o espaço surgiu a partir da iniciativa do historiador Enrique Dias, fundador do Centro de Documentação e Memória de Guarujá (CEDOM), e hoje é mantido quase exclusivamente com recursos públicos obtidos por meio de emendas parlamentares. Para garantir sua sobrevivência até o fim do ano, Enrique lançou a campanha “Projeto 300”.
A proposta é simples: conquistar 300 patronos dispostos a contribuir com R$ 59 mensais durante 12 meses. O valor arrecadado seria suficiente para manter o museu em funcionamento até que novas verbas sejam aprovadas. “Guarujá tem 300 mil habitantes. Se apenas uma pessoa em cada mil topar colaborar, conseguimos manter a história da cidade viva”, argumenta o fundador.
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A trajetória do CEDOM começou ainda em 2012, quando Enrique, estudante de História e recém-diagnosticado com deficiência visual, começou a registrar depoimentos de famílias tradicionais da cidade. Sua dificuldade em encontrar fontes primárias despertou a ideia de criar um centro de memória para preservar documentos, fotos e objetos da história local. Em 2022, o CEDOM foi oficialmente fundado e passou a realizar exposições itinerantes. O passo seguinte foi a criação do museu.
O espaço exibe atualmente cerca de 400 itens históricos, entre objetos, documentos e fotos, além de guardar um acervo ainda maior fora de exposição, por falta de recursos para mobiliário e conservação adequada. Apesar da importância cultural, o museu nunca teve apoio contínuo do poder público e funciona com orçamento limitado. As primeiras emendas, que somaram pouco mais de R$ 82 mil, garantiram o funcionamento por oito meses. Em 2024, novas emendas de R$ 35 mil estenderam esse prazo até outubro. Depois disso, não há garantia de continuidade.
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Para Enrique, a campanha não é apenas um pedido de ajuda, mas um chamado à valorização da identidade da cidade. “Mais de 200 famílias centenárias vivem aqui, têm raízes profundas na Ilha de Santo Amaro. Seria significativo se ao menos um membro de cada uma se tornasse patrono. É uma forma de retribuir à cidade tudo o que ela representa para essas pessoas.”
O CEDOM foi reconhecido como entidade de utilidade pública em abril deste ano, tem contabilidade regular e seu balanço é publicado em jornal regional. A transparência, segundo Enrique, é parte fundamental do projeto: “Somos auditados e prestamos contas. Precisamos mostrar que é possível fazer cultura com seriedade e impacto social.”
Interessados em apoiar o projeto podem entrar em contato com o CEDOM pelas redes sociais (@cedomguaruja). Enrique segue divulgando a campanha em escolas, eventos culturais e na Câmara Municipal, enquanto aguarda a próxima oportunidade de emendas parlamentares em outubro. Enquanto isso, a campanha “Projeto 300” representa a esperança de manter viva a memória da cidade em seu próprio território.
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