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Cotidiano

Campanha alerta contra violência de gênero em Santos

A coordenadora de Políticas para a Mulher, Diná Oliveira, disse que a volta da campanha é importante para impedir que o assédio caia no esquecimento

Da Reportagem

Publicado em 06/02/2018 às 19:01

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Os ônibus municipais de Santos voltam a circular com cartazes que visam inibir a prática de abuso e informando que a mulher, das 22h às 5h, pode solicitar ao motorista que pare fora do ponto, por medida de segurança. O cartaz ainda informa que denúncia deve ser feita pelo 180.

A coordenadora de Políticas para a Mulher, Diná Oliveira, disse que a volta da campanha é importante para impedir que o assédio caia no esquecimento. “O assédio é inaceitável, inadmissível; temos sempre que lembrar dos direitos da mulher”.

Na prática

A Viação Piracicabana capacitou seus motoristas sobre o decreto 7.874/17 que permite à mulher descer fora do ponto, das 22h às 5h, por medida de segurança. Eutínio Camilo dos Reis Júnior, 49 anos, é motorista há 28, tempo suficiente para conhecer alguns passageiros e também os locais perigosos da Cidade.

Ele elogiou a lei, reconheceu que as mulheres correm riscos e contou uma experiência em que agiu para prevenir uma violência. Camilo parou o ônibus para uma mulher subir, mesmo sem ela ter feito sinal.

Ele fez isso porque viu um suspeito se aproximando do ponto. “Ela não viu o homem chegando e me agradeceu muito”.

Em outra ocasião, percebeu que um passageiro assediava uma mulher. “Na hora pedi que o homem descesse, caso contrário eu chamaria a polícia”.

Mulheres

A artesã Rosângela Teixeira, 55, já interveio duas vezes em situações de assédio dentro do ônibus. Uma envolveu sua própria filha. “Como não tinha lugar juntos, sentamos em bancos separados. De repente eu olhei e vi minha filha inclinando o corpo para a janela e o homem com o ombro colado nela. Levantei, pedi para ela sair e sentei em seu lugar. Olhei para o homem e o desafiei a encostar o ombro no meu. Ele me chamou de louca e desceu do ônibus”.

Em outra ocasião, a ação foi sutil, mas ela estava atenta. “Vi uma menina segurando na barra do alto e um homem encostava a mão. Ela mudava a mão de lugar e o homem ia atrás. Até que uma hora eu coloquei minha mão entre a mão deles”. O desfecho dessa história é que o abusador também desceu do transporte coletivo.

A cabeleireira Carmelita Morgado Jorge, 64, também elogiou a lei e a campanha. “A lei é muito conveniente. Uma vez eu estava dentro do ônibus e vi uma pessoa suspeita no ponto, sorte que não desceu ninguém, poderia ter acontecido algo ruim”.

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