11 de Outubro de 2024 • 15:22
Acidentes envolvendo caminhões no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) no ano passado corresponderam a 61,68% das 2.187 ocorrências registradas: foram 1.349 acidentes. Dividindo esse número pelos 365 dias do ano, são 3,7 acidentes por dia nas rodovias do sistema.
Segundo o gerente de atendimento ao usuário da Ecovias, Sidnei Torres, trafegam diariamente pelo SAI, cerca de 12 mil caminhões que compartilham a pista sul da Via Anchieta em direção ao porto de Santos, com ônibus e veículos de passeio. Na primeira semana de fevereiro, desceram a serra cerca de 15 mil caminhões.
Torres disse que o volume de veículos comerciais, incluindo caminhões aumentou 6% em 2007, em relação ao ano anterior. Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), José Luiz Ribeiro Gonçalves, a Via Anchieta não comporta mais o fluxo de caminhões que recebe. “A Anchieta foi projetada há 40 anos quando o volume de caminhões era bem menor e os modelos também.
Os caminhões tinham 17,40 metros. Hoje temos modelos como o bitrem e o tremião que chegam a medir 30 metros e transportam até 74 toneladas. Esses caminhões maiores dificultam a visibilidade de outros motoristas, principalmente nas curvas sinuosas da serra. Esses modelos são ideais para as estradas retas”.
Gonçalves avaliou que o trecho de serra entre o km 40 ao 55 da Via Anchieta é o mais crítico e deveria ter maior fiscalização da velocidade. O sindicalista explicou que na serra os caminhões pesados deveriam reduzir a velocidade a metade da permitida, para, em caso de necessidade, conseguir frear o veículo.
Gonçalves afirmou que já foi pensado até em limitar a pista descendente da Anchieta somente para caminhões, mas a idéia não foi adiante. “Na pista sul, só uma faixa de rolamento é para os caminhões porque descem ônibus e veículos de passeio pela mesma pista”.
Gonçalves chamou atenção para o número de vítimas fatais. “A cada 9 dias, é registrado um óbito entre Santos e Campinas”. Para o presidente da Associação Comercial dos Transportadores Autônomos (ACTA-Sindgran), José Ribamar Belizário Brandão, a Via Anchieta também ficou pequena para o contingente de caminhões. “A falta de estrutura viária na Anchieta não atende mais o fluxo.
Em três anos a movimentação de carga no porto de Santos aumentou de 45 milhões para 85 milhões”, disse ele sugerindo que o ideal seria a construção de uma nova pista. Atualmente enquanto é permitida a subida de caminhões pelas pistas norte da Anchieta e da Imigrantes, a descida é limitada a pista sul da Anchieta.
Porém, Ribamar também apontou para a necessidade de uma maior fiscalização nas rodovias. De acordo com Torres, a concessionária está investindo R$ 5,5 milhões no reforço da segurança em obras de engenharia e instalação de equipamentos de fiscalização do limite de velocidade.
Torres disse que o sistema conta desde setembro com sete lombadas eletrônicas para o controle da velocidade. Os equipamentos começaram a autuar os infratores no mês de novembro.
Torres observou que desde a implantação das lombadas houve uma redução gradativa no número de acidentes. Em setembro foram notificados 74 acidentes, em outubro (período de orientação) caiu para 61, em novembro baixou para 55 e dezembro registrou 39 ocorrências.
Torres atribui como principais causas de acidentes no SAI a falta de manutenção nos caminhões, tempo de uso do veículo, ingestão de bebidas alcóolicas e imprudências dos motoristas.
Além das lombadas, os investimentos incluem a colocação de 6.630 metros de barreiras de concreto para diminuir atropelamentos na pista e fiscalização juntamente com a Polícia Militar Rodoviária. Torres salientou ainda que são realizadas diversas campanhas e palestras ao logo do ano para conscientizar os usuários do sistema.
Safra
No período das safras de soja, açúcar e etanol, o volume de caminhões cresce 40%, de acordo com o presidente do Sindicam. “Entre maio e outubro, na época da safra, há grande concentração de fluxo e o movimento é quase ininterrupto, o que aumenta o risco de acidentes”, observou.
“O SAI tem um dos pedágios mais caros do país: R$ 15,40, o eixo do caminhão. A pista é bem conservada, mas o trecho de serra é precário”, concluiu.
Estatística
Os acidentes envolvendo caminhões no ano passado aumentaram 3,77% em relação a 2006 (1.300 ocorrências). Porém, em janeiro deste ano ocorreram 129 acidentes contra 141 do mesmo período de 2006 — 12 a menos.
O número de acidentes em geral nas rodovias do SAI caiu 11,46% no ano passado: de 2.470 (2006) para 2.187 (2007). Porém, proporcionalmente, do total de acidentes de 2006, 52,63% envolviam caminhões. No ano seguinte, as ocorrências corresponderam a 61,68% do total. Em 2006, 111 pessoas morreram nas rodovias no sistema.
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