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Cotidiano

Câmara de São Vicente é alvo de novos protestos

Moradores do México 70 reclamam do atraso para a entrega de unidades habitacionais

Publicado em 24/03/2017 às 10:30

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A Câmara de São Vicente foi novamente palco de protestos na noite de ontem / Rodrigo Montaldi/DL

A Câmara de São Vicente foi novamente palco de protestos na noite de ontem (23). Um grupo de moradores do México 70, na Vila Margarida, se manifestou sobre o atraso na entrega de unidades habitacionais. Com cartazes, apitos e caras pintadas, eles reclamaram da demora em receber os apartamentos do Conjunto Primavera-Penedo, no Jóquei Clube, que tinha previsão de entrega para o ano passado. Parte das famílias que seguirá para o núcleo perdeu a moradia em incêndio que ocorreu em 2013.

“A nossa reivindicação é a nossa casa. Dia 31 de outubro do ano passado fez três anos que perdemos a moradia no incêndio do México 70. Deram um ano de auxílio aluguel e depois não deram mais. Nós voltamos a morar no mesmo lugar, só que pagando aluguel para outras pessoas. Nosso apartamento está pronto. Essa semana roubaram os fios. Eles não dão moradia para nós, mas dão condições para o povo usar droga usando o fio que roubaram de lá”, afirmou a dona de casa Maria das Dores da Silva Santos.

Ela e outras famílias atingidas pelo incêndio foram contempladas com unidades habitacionais do conjunto Penedo Primavera, no Jóquei Clube. “Estão roubando janela e porta dos apartamentos e nós continuamos morando na água e com rato. No dia que choveu muito e encheu tudo o fio estourou e a gente não podia colocar o pé no chão senão dava choque. Há três anos a gente luta. Já falamos com o secretário e ele disse que não tem previsão de mudar”, destacou Maria.

A auxiliar Adelina Idalina de Souza Santos é vizinha de Maria. Ela não perdeu o barraco no incêndio de 2013, mas vive com quatro filhos em condições precárias no aguardo do dia em que receberá as chaves da sua nova moradia. “Estamos sem eira e nem beira. Não se tem mais reunião. Acabam outras pessoas invadindo e destruindo e a gente que precisa morar não vai. A gente não está aqui para fazer palhaçada. A gente quer melhoria para nós para nossos filhos. Talvez você não saiba o que é acordar às 4 horas para ir trabalhar e colocar o pé na água”, afirmou.

O grupo chegou próximo ao final da sessão, que terminou por volta das 19 horas, e não foi atendido pelos ­vereadores.

Obras

Em janeiro, o Diário do Litoral publicou reportagem sobre o andamento das obras, que foram retomadas. Embora adiantado em 95%, a prefeitura informou, na ocasião, que o conjunto não tinha previsão de entrega. A previsão inicial de entrega era para julho do ano passado.

As obras do conjunto Penedo Primavera, que abriga 500 apartamentos e tiveram início em 2003, foram retomadas após intervenções do município junto ao Ministério das Cidades, ­Caixa Econômica ­Federal e Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O contrato para reforma dos prédios foi assinado em 5 de julho de 2014. O investimento de R$ 50 milhões.

Compra de carro é apontamento do TCE

Outro protesto que marcou a noite do legislativo vicentino ontem foi o de munícipes e de grupos políticos. Com cartazes e aos gritos, eles pediam explicações sobre o pregão anunciado pela Câmara Municipal para a compra de um carro. Segundo o presidente da Casa, Wilson Cardoso (PSB), a aquisição do veículo é uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Estado de São Paulo.

“Temos um veículo que não é nosso é da prefeitura. A compra é um apontamento do Tribunal de Contas, que vem de 2014 e 2015, que diz que a Câmara é um órgão independente e tem orçamento próprio. Vamos comprar o carro próprio e vamos devolver esse carro. Vamos licitar o combustível da Casa e não vamos onerar mais a prefeitura. Não é o presidente ou a Casa que está querendo. Estamos corrigindo um erro lá de trás. Esse é um dos apontamentos, mas existem outros que também estão sendo corrigidos”, explicou Cardoso.

O presidente do legislativo destacou que o pregão é presencial e que o limite de compra é de até R$ 85 mil. O veículo alvo da licitação tem modelo e marca iguais ao carro de propriedade da prefeitura que está emprestado para a Câmara.

“O pregão diz o seguinte é até R$ 85 mil. Se houver um carro de R$ 30 mil ou 40 mil nós iremos comprar. O carro não é do presidente. É para uso dos funcionários e dos vereadores a serviço da Câmara. As pessoas querem transformar um momento difícil em palanque político e não passam as informações corretas. Todas as informações do pregão estão no site”, disse Cardoso.

Comissão de professores e sindicato cobra apoio

Com paralisação de um dia prevista para hoje, um grupo de professores da rede municipal de ensino de São Vicente também foi à Câmara Municipal protestar. Ao final da sessão, membros da comissão dos docentes e do Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem) se reuniram com os vereadores.  Antes de seguir para a sessão, dirigentes da entidade estiveram com o prefeito Pedro Gouvêa (PMDB), no Paço Municipal.

“As negociações tinham sido interrompidas no dia 3 com a sinalização de fechamento de 0% de aumento, onde a gente acumula muitas perdas. Na reunião de hoje houve um avanço, principalmente com o apoio dos vereadores. O prefeito se mostrou aberto à negociação. Com esse avanço, a gente acredita que a categoria deve refletir agir com consciência”, afirmou Roberto Ciccarelli, presidente do Sintramem.

Os professores se reúnem hoje às 9 horas e às 14 horas em frente ao Paço Municipal. Às 19 horas, a categoria discute a proposta apresentada pelo prefeito na reunião de ontem.

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