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Cotidiano

Câmara de Guarujá pode abrir CPI contra a Sabesp

Presidente fará proposta no próximo dia 4; população exige respostas

Carlos Ratton

Publicado em 28/07/2020 às 07:00

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Câmara terá sessão presencial no dia 4. CPI pode ser proposta / Divulgação/PMG

No próximo dia 4, quando retornam as sessões presenciais, a Câmara de Guarujá deverá abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), por conta da falta de água no Município. A proposta será apresentada pelo presidente Edilson Dias (PT) e, para ser aprovada, precisa da aprovação da maioria dos vereadores (11 dos 17 parlamentares).

A escassez de água em Guarujá atinge todo o Distrito de Vicente de Carvalho, como os bairros do Paecará, Jardim Boa Esperança, Santana, Prainha, Vila Áurea, Sítio do Outeiro, na Vila Lígia, no Jardim Progresso e Vila Alice. Também já começou a atingir a Enseada, Perequê e bairros próximos da orla. A população não aguenta mais as privações causadas pela falta do líquido.

REUNIÃO.

No último dia 24, o prefeito Válter Suman (PSB) se reuniu com o secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi, para cobrar providências da Sabesp. Entre elas estava a agilização do processo de aquisição da chamada Cava da Pedreira, que seria transformada num mega reservatório de água pela companhia. Mas isso demandaria tempo.

Localizada às margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni, a cava, que é uma antiga pedreira já desativada, tem capacidade para armazenar até três bilhões de litros de água, o que diminuiria as chances de desabastecimento da Cidade em períodos de estiagem como ocorre atualmente.

A estiagem, que afetou a vazão da água captada dos rios Jurubatuba e Jurubatuba Mirim, é a causa apontada pela Sabesp para justificar o desabastecimento de água em Guarujá, uma vez que o sistema Jurubatuba, que alimenta a Cidade provém de água desse sistema.

Outra ação recente da Administração foi propor a criação de um Conselho Municipal de Saneamento Ambiental, projeto já em análise pela Câmara, para colocar a população no centro das discussões sobre saneamento ambiental e recursos hídricos na Cidade. Uma das funções do órgão será justamente fiscalizar e regular a qualidade da prestação de serviços e utilização de recursos e a eficiência do contrato entre o Município e a empresa.

As falhas no atendimento da Sabesp são alvo de investigação em Inquérito Civil do Ministério Público, que leva em conta relatório elaborado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) que aponta más condições nos reservatórios da empresa na Cidade e a diminuição de mais de 30% na oferta de água entre os anos de 2018 e 2019.

Sabesp

Segundo a Sabesp, pela falta de chuvas, a capacidade de captação de água diminuiu de dois mil litros por segundo para 840 litros por segundo. Nem mesmo a integração com o Sistema Cubatão, que abastece Santos e São Vicente, foi capaz de resolver o déficit em Guarujá.

Ontem, a empresa divulgou a distribuição gratuita de caixas-d'água a moradores do bairro Sítio Conceiçãozinha. O objetivo é beneficiar famílias com imóveis sem reservação interna e que não tenham condição de comprar o equipamento. A Sabesp manteve contato com as lideranças comunitárias e estabeleceu uma relação para cadastro dos beneficiados.

Foram doados 30 kits com caixas d'agua e os técnicos da Empresa ainda orientam os clientes para a montagem da parte interna dos reservatórios de 500 litros e eventuais adaptações necessárias nas dependências dos imóveis para a correta instalação.

Além de outros quatro reservatórios (de 1.000 litros cada) disponibilizados em travessas da Rua São Paulo, onde a Sabesp vem atuando junto à Secretaria Municipal de Habitação para regularização de 50 ligações domiciliares. Neste caso, a ação busca evitar aglomerações em torno dos caminhões tanque - no total até agora são 21 espalhados em pontos estratégicos da Cidade e ainda outros estão sendo direcionados.

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