Segundo os cientistas, o HLX-1 está aparentemente dormente no momento, ou seja, não está absorvendo nenhuma estrela próxima, o que dificulta ainda mais sua observação direta / Divulgação/Nasa
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Astrônomos da NASA podem ter encontrado um dos buracos negros mais difíceis de detectar no universo: um objeto de massa intermediária, localizado a cerca de 40 mil anos-luz do centro de uma galáxia gigante. A descoberta, feita com o auxílio do telescópio espacial Hubble e do Observatório de Raios-X Chandra, foi publicada nesta sexta-feira (25) no periódico científico Astrophysical Journal.
Batizado de NGC 6099 HLX-1, o buraco negro pertence a uma categoria rara de objetos cósmicos que estão entre os buracos negros estelares (formados por estrelas em colapso) e os supermassivos (que pesam bilhões de vezes a massa do Sol e habitam os centros galácticos). Os de massa intermediária, no entanto, são os mais difíceis de detectar, justamente por não absorverem grandes quantidades de gás e matéria, o que os torna praticamente invisíveis aos instrumentos convencionais.
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Segundo os cientistas, o HLX-1 está aparentemente dormente no momento, ou seja, não está absorvendo nenhuma estrela próxima, o que dificulta ainda mais sua observação direta. No entanto, dados do Hubble revelaram a presença de um aglomerado estelar ao seu redor, que pode servir de material para futuras interações com o buraco negro.
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O HLX-1 atinge temperaturas próximas dos 3 milhões de graus Celsius, e seu brilho vem sendo monitorado por pesquisadores que tentam entender as variações de luminosidade observadas. A hipótese é que essas oscilações estejam ligadas a explosões sucessivas de matéria sendo absorvida ou a um possível esgotamento de material, o que indicaria que o buraco negro estaria se apagando gradualmente.
Desde seu lançamento, o telescópio Hubble tem sido essencial para a detecção de buracos negros em galáxias distantes. Ele ajudou a confirmar, por exemplo, que grande parte das galáxias abriga superburacos negros em seus núcleos, além de ampliar o conhecimento sobre os buracos negros menores, formados a partir do colapso de estrelas.
Capturar imagens de um buraco negro exige encontrar esses objetos "em ação" — geralmente quando estão absorvendo matéria ou emitindo radiação, como raios X. É exatamente esse tipo de emissão que chamou a atenção dos instrumentos da NASA e levou os astrônomos à identificação do HLX-1.
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Agora, com a descoberta em observação contínua, os cientistas esperam que o HLX-1 possa oferecer novas pistas sobre a origem e a evolução dos buracos negros intermediários — uma das peças que ainda faltam para compor o quebra-cabeça da formação do universo.