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Família desestruturada, falta de religiosidade ou apenas curiosidade e o fácil acesso. Estes são alguns dos fatores apontados por dependentes de drogas, álcool e tabaco, que favorecem o consumo e, em muitos casos, levam à dependência química e psicológica. Porém, apesar dos malefícios causados pelo uso abusivo de entorpecentes para a saúde, o convívio social e até com conseqüência no crime, o número de consumidores é crescente fortalecendo o tráfico no país.
Pesquisas mostram que o uso de drogas lícitas ou ilícitas é cada vez mais precoce e que o aumento do número de usuários coloca o país na contramão do mundo, países que apresentam estabilidade no consumo.
Na Semana do Dia Internacional de Combate às Drogas, celebrado dia 26 de junho — a Organização da Nações Unidas (ONU) divulgou relatório anual apontando o aumento de 75% de usuários de cocaína entre 2001 e 2005, no Brasil. Em 2005, conforme o relatório, o país possuía 860 mil usuários de cocaína, na faixa etária entre 15 e 64 anos de idade. O número de pessoas que diz ter consumido a droga ao menos uma vez na vida cresceu de 2,3% para 2,9%, no período analisado. Em todo o mundo existem 14 milhões de usuários.
Ainda de acordo com a ONU, o consumo de maconha no Brasil foi o que mais cresceu. A incidência aumentou de 1% (2001) para 2,6% (2005). Porém, no restante do mundo, o número de usuários caiu de 162 milhões para 159 milhões, em 2005.
Já a pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), cuja avaliação foi feita em 2004, aponta que o consumo de álcool prevalece em todas as faixas etárias e que um em cada seis homens torna-se dependente. Entre as mulheres, em cada 12 usuárias, uma fica dependente.
Segundo a pesquisa da Senad, 11,2% já consumiram álcool ao menos uma vez na vida. Já os usuários de tabaco respondem por 9%. O uso de drogas ilícitas corresponde a 19,4% da população pesquisada, sendo a maconha, a mais usada por 6,9% das pessoas.
O estudo foi realizado em 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, na faixa etária de 12 a 65 anos de idade. Foram entrevistadas mais de 8.500 pessoas.
Estudantes
A pesquisa também ouviu 50 mil estudantes, de 27 capitais brasileiras, para diagnosticar o consumo de drogas no ensino fundamental (a partir da 5ª série) e no ensino médio. O estudo foi comparado com os levantamentos anteriores (1987, 1989, 1993 e 1997).
O levantamento constatou que entre os estudantes, a maioria tem contato com as drogas entre 10 e 12 anos de idade. Desses, mais de 12% já usaram algum tipo de droga na vida.
Exceto o álcool e o tabaco, a droga mais consumida pelos estudantes foi o solvente (esmaltes, éter, querosene, acetona entre outros). Pelo menos 15,4% dos estudantes de escolas públicas responderam que já usaram solventes na vida.
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