Cotidiano

Brasil registra primeiro caso de câncer raro ligado a prótese de silicone

Doença agressiva já atingiu apenas 20 mulheres no mundo desde que foi descrita em 1992

Luna Almeida

Publicado em 14/08/2025 às 19:57

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A paciente, uma mulher de 38 anos, convivia com implantes desde os 20 / Freepik/nensuria

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O Brasil confirmou o primeiro registro de um tipo de câncer de mama extremamente raro relacionado ao uso prolongado de implantes de silicone. Conhecido como carcinoma espinocelular associado à prótese mamária, o tumor foi descrito pela primeira vez há pouco mais de três décadas e, desde então, somente 20 casos haviam sido documentados mundialmente.

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O caso brasileiro foi identificado por médicos do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e publicado no Annals of Surgical Oncology em julho. 

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Além de relatar a ocorrência inédita no país, o estudo apresentou uma proposta de padronização inédita para diagnóstico e tratamento do tumor, que costuma surgir após longos períodos com a prótese, especialmente quando a troca recomendada não é realizada.

A paciente, uma mulher de 38 anos, convivia com implantes desde os 20. Procurou atendimento médico após sentir dores e notar aumento no volume de uma das mamas. Exames detectaram acúmulo de líquido e alterações na cápsula que envolve a prótese. A biópsia confirmou a presença do carcinoma. 

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Ela passou por retirada da prótese e mastectomia, mas o câncer retornou rapidamente. O quadro evoluiu de forma agressiva, e a paciente faleceu dez meses após o novo diagnóstico.

Descrito em 1992, o carcinoma espinocelular relacionado a implantes mamários apresenta comportamento altamente agressivo e prognóstico desfavorável. 

Em análise feita por médicos brasileiros com 17 casos documentados, nove pacientes tiveram recorrência ainda no primeiro ano e seis morreram em até dois anos. A sobrevida média foi de pouco mais de 15 meses.

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A origem exata do problema ainda não é conhecida, mas acredita-se que inflamações crônicas na cápsula que envolve o implante possam provocar alterações malignas nas células. 

Entre as principais recomendações dos especialistas estão o monitoramento constante de qualquer mudança no implante e, em casos confirmados, a realização da mastectomia total para reduzir o risco de retorno da doença.

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