Pesquisadores confirmaram a existência do Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA) / Divulgação/Agência Pará
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O Brasil acaba de ganhar ainda mais destaque no cenário ambiental mundial. Pesquisadores confirmaram a existência do Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA), considerado o maior reservatório subterrâneo de água doce já descoberto no planeta.
Localizado sob a região amazônica, o aquífero possui um volume estimado em mais de 150 quatrilhões de litros, o que seria suficiente para abastecer toda a população mundial por cerca de 250 anos.
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A descoberta foi apresentada pelo pesquisador Francisco de Assis Matos de Abreu, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e coloca o SAGA como uma reserva três vezes e meia maior que o Aquífero Guarani, até então o maior conhecido.
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O sistema se estende por 1,2 milhão de km², do Acre até a Ilha de Marajó (PA), abrangendo as bacias sedimentares dos rios Acre, Solimões, Amazonas e Marajó.
Para se ter uma ideia, mais de 80% da água do ciclo hidrológico da região está concentrada no aquífero, enquanto rios e atmosfera respondem juntos por apenas 16%.
As primeiras pistas surgiram a partir do estudo do Aquífero Alter do Chão, em Santarém (PA), que revelou um depósito de 86 trilhões de m³ de água.
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A partir daí, os pesquisadores confirmaram que se tratava de parte de uma rede ainda maior, o que deu origem ao conceito de SAGA.
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Mais do que um gigantesco reservatório, o SAGA exerce papel ativo no equilíbrio climático. Estima-se que ele transfira cerca de 8 trilhões de m³ de água por ano para outras regiões do Brasil, alimentando reservatórios de hidrelétricas, sustentando a agricultura e regulando o ciclo das águas.
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“O maior desafio não é descobri-lo, mas gerenciá-lo com sabedoria”, alertam os cientistas envolvidos na pesquisa.
Apesar da magnitude, ainda não se sabe a real qualidade da água nas camadas mais profundas do aquífero, já que os poços perfurados não ultrapassam 500 metros.
Especialistas também apontam riscos de exploração descontrolada, desmatamento e contaminação do solo, que podem comprometer o equilíbrio do sistema.
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Por se tratar de um aquífero transfronteiriço, que ultrapassa os limites nacionais, pesquisadores defendem que sua gestão seja feita de forma cooperada entre países, com regras claras de uso sustentável.
A descoberta do SAGA redefine a posição do Brasil no debate global sobre segurança hídrica. Em um momento em que a escassez de água potável preocupa o mundo inteiro, o aquífero amazônico se apresenta como um dos maiores patrimônios ambientais da humanidade.
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A floresta já conhecida como “pulmão do mundo” revela agora também ser o coração de um oceano subterrâneo, capaz de sustentar a vida humana por séculos — desde que seja preservado.