Banho de mar pode causar virose? Especialistas alertam para riscos no verão 2026

Com a proximidade da temporada de verão 2026, autoridades de saúde e especialistas reforçam o alerta para um problema recorrente nas praias brasileiras: a ocorrência de viroses gastrointestinais associadas ao banho de mar e à alimentação em áreas litorâneas, especialmente em períodos de grande movimentação turística.

Casos registrados em verões anteriores, como o surto que marcou o início de 2025 na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, acenderam o sinal de atenção para turistas e moradores.

Na ocasião, unidades de saúde ficaram sobrecarregadas e farmácias enfrentaram escassez de medicamentos básicos, reacendendo o debate sobre saneamento básico, tratamento de esgoto e infraestrutura urbana em cidades costeiras.

É possível pegar virose no mar?

Sim. Especialistas explicam que a virose pode ser contraída principalmente pela ingestão acidental de água do mar contaminada, algo comum durante o banho, sobretudo após períodos de chuva. A presença de esgoto e microrganismos, como o norovírus, está entre as principais causas de surtos no verão.

Além disso, o aumento expressivo de turistas em praias lotadas facilita a circulação de vírus, somado ao consumo de alimentos mal higienizados ou mal refrigerados vendidos em quiosques e por ambulantes.

Fatores que aumentam o risco no verão

Entre os principais fatores de risco estão:

Chuvas recentes, que elevam a poluição da água do mar;

Alta concentração de pessoas em espaços reduzidos;

Alimentos e bebidas de procedência duvidosa, como gelo, sucos naturais e raspadinhas;

Higiene inadequada das mãos, especialmente antes das refeições.

Especialistas ressaltam que surtos costumam ocorrer de forma coletiva, o que explica o grande número de casos concentrados em curtos períodos durante a alta temporada.

Sintomas mais comuns

Os sintomas das viroses gastrointestinais incluem:

Náuseas e vômitos

Diarreia

Dores abdominais

Febre e mal-estar geral

Em geral, o quadro é autolimitado, ou seja, tende a se resolver sozinho em poucos dias, principalmente em adultos saudáveis.

Atenção redobrada para grupos mais vulneráveis

Crianças pequenas, especialmente menores de um ano, e idosos são mais suscetíveis às complicações, como a desidratação. Nesses casos, a orientação é procurar atendimento médico ao perceber sinais como boca seca, pouca urina, vômitos persistentes ou dificuldade para se alimentar.

Especialistas também alertam para a automedicação inadequada, especialmente o uso de antibióticos. Esses medicamentos combatem bactérias, não vírus, e seu uso incorreto pode trazer riscos à saúde.

Como se proteger na temporada de verão 2026

Para reduzir as chances de infecção, algumas medidas simples são recomendadas:

Evitar entrar no mar logo após chuvas fortes;

Observar as bandeiras e avisos de balneabilidade das praias;

Lavar bem as mãos antes de comer;

Beber apenas água mineral de procedência confiável;

Evitar gelo, raspadinhas e sucos de origem desconhecida;

Preferir alimentos bem cozidos e refrigerados ou levar lanches de casa;

Manter-se bem hidratado, principalmente em dias quentes.

Prevenção é a principal aliada

Com o verão 2026 se aproximando, especialistas reforçam que não há motivo para pânico, mas sim para prevenção e informação. A combinação de cuidados com higiene, atenção à qualidade da água do mar e escolhas seguras na alimentação pode fazer a diferença para aproveitar a temporada sem imprevistos de saúde.

A experiência recente mostra que, no litoral, diversão e cuidado precisam caminhar juntos.