Cotidiano
Vapores emitidos por veículos antigos ou modificados podem interferir no teste passivo e gerar falso positivo durante abordagens da Lei Seca
Motoristas pegos pelo bafômetro estão sujeitos às penalidades da Lei Seca, que estipula tolerância zero para qualquer quantidade de álcool no organismo do motorista / Freepik
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Um vídeo que voltou a viralizar nas redes sociais, publicado originalmente pelo perfil do Instagram Dub Brasil, mostra uma situação curiosa envolvendo a Lei Seca: uma Volkswagen Parati foi reprovada no teste do bafômetro, mesmo sem o motorista ter consumido bebida alcoólica.
A situação chamou atenção por um detalhe técnico que poucos motoristas conhecem. O teste foi feito com um bafômetro passivo — aquele em formato de bastão que não exige que o condutor assopre diretamente no aparelho. Mesmo assim, o dispositivo acusou a presença de álcool.
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De acordo com especialistas, esse tipo de resultado pode ocorrer em veículos antigos ou modificados, como é o caso da Parati exibida no vídeo. Carros com motores preparados ou sistemas de escapamento alterados podem emitir vapores mais fortes devido à queima rica em combustível. Esses vapores, por sua vez, podem conter traços de álcool, interferindo na medição feita pelo bafômetro passivo.
Diferente do etilômetro tradicional, que exige que o motorista assopre para análise do ar alveolar (dos pulmões), o bafômetro passivo funciona como uma espécie de triagem. Ele apenas detecta a presença de álcool no ar ao redor do condutor — por isso, pode ser influenciado por vapores no ambiente, inclusive os emitidos pelo próprio carro.
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O bafômetro passivo é amplamente utilizado em blitz da Lei Seca como forma rápida de verificar se há suspeita de ingestão de álcool por parte do motorista. Caso o aparelho detecte a presença de álcool, o condutor é submetido ao teste tradicional, com sopro direto, para confirmação.
Em veículos modernos e com manutenção em dia, esse tipo de interferência é extremamente rara. No entanto, donos de carros antigos ou preparados devem estar atentos: os vapores do veículo podem, sim, causar um falso positivo no teste preliminar.
Embora surpreendente, o episódio da Parati serve como alerta para motoristas que participam de encontros automotivos ou dirigem veículos modificados. A presença de álcool no ambiente, mesmo que não ingerido, pode afetar o resultado do bafômetro passivo e levar a situações constrangedoras durante uma blitz da Lei Seca.
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