Poluição acelera avanço do mar e ameaça diversas regiões de Cubatão

O avanço do mar é uma preocupação real para todos os moradores das regiões litorâneas e não é diferente para os moradores da Baixada Santista. 

Diante desse cenário, a organização Climate Central criou um mapa interativo que mostra o impacto de diversos fenômenos naturais, com destaque para a elevação do nível do mar nas próximas décadas.

Segundo o professor do Instituto Oceanográfico da USP, Eduardo Siegle, a elevação do nível do mar acontece de forma ampla, ou seja, todo o litoral será afetado. 

Algumas regiões, em função de variações locais no aporte de sedimentos, por exemplo, podem sentir esses efeitos de forma diferente. Os estudos colocam alguns lugares para chamar atenção, mas todo litoral sofre com essa questão. 

Vale destacar que o modelo parte do pressuposto de que os níveis de poluição permanecerão os mesmos dos dias atuais. Caso esse índice aumente, a velocidade com que o mar avançaria sobre o litoral paulista seria ainda maior, acelerando os efeitos.

Para entender a gravidade da situação, o Diário do Litoral analisou os dados específicos sobre a cidade de Cubatão.

Caso continuemos poluindo da mesma forma como estamos hoje, em 2030, as principais áreas afetadas em Cubatão serão a Ilha Nhapium, Ilha do Tatu, Ilha Pompeba e a região dos manguezais, já sob forte pressão ambiental. Entretanto, o cenário catastrófico tende a se agravar ao longo das décadas.

Até 2150, bairros inteiros e ilhas estarão severamente comprometidos. A Volta do Santana, Casqueiro, Vila Ponte Nova, Vila dos Pescadores e a Ilha Pompeba devem sofrer invasões ambientais intensas. A Ilha Piaçaguera e toda a área de manguezal também estarão completamente degradadas.

A única área que deve escapar da destruição é parte do bairro Jardim Real, segundo os dados da organização, que se baseiam em modelos matemáticos de estudos realizados no mundo todo.

Bertioga também pode sumir do mapa com avanço do mar, afirma estudo.

Caso a poluição aumente de forma desenfreada, em 2150, a situação em Cubatão será ainda mais crítica. Os manguezais da cidade estarão completamente tomados, assim como áreas importantes como a Ilha do Tatu, Ilha Nhapium, Vale Novo, Rio Mariana, Ilha Pompeba, Vila dos Pescadores e o Parque Cotia-Pará. Os arredores do Rio Santana também serão fortemente afetados.

As projeções para 2150 indicam que os impactos já observados em 2030 serão agravados, intensificando ainda mais a degradação ambiental e os riscos para as populações das diversas partes cidade.