A depressão e a ansiedade causam prejuízos de mais de US$ 1 trilhão anuais em produtividade global / Freepik/DC Studio
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O fechamento de 2025 apresenta um cenário alarmante para o mercado de trabalho brasileiro: o adoecimento psíquico consolidou-se como uma das maiores causas de afastamento ocupacional.
Dados do Ministério da Previdência Social indicam que 440 mil profissionais precisaram deixar suas funções por transtornos mentais e comportamentais, um salto de 67% na comparação com o ano anterior.
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No centro dessa crise está o burnout, síndrome de exaustão emocional que atinge seu ápice no mês de dezembro devido à pressão por metas e acúmulo de funções.
Para o doutor em Psicologia Danilo Suassuna, o problema não é apenas sazonal, mas o reflexo de falhas estruturais na gestão das empresas.
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"Dezembro não cria o burnout, ele apenas expõe um desgaste que vem sendo acumulado ao longo do ano. Quando a cultura organizacional normaliza jornadas excessivas e disponibilidade permanente, o colapso emocional se torna previsível", alerta o especialista.
A saúde mental deixou de ser apenas uma pauta humanitária para se tornar um fator de sustentabilidade do negócio.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a depressão e a ansiedade causam prejuízos de mais de US$ 1 trilhão anuais em produtividade global. Por outro lado, o investimento em bem-estar traz retornos claros:
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Produtividade: Empresas com políticas de saúde mental consistentes registram ganhos de até 25% na produtividade.
Retenção: Há uma redução de até 34% na rotatividade de funcionários (turnover).
Retorno sobre Investimento (ROI): Cada dólar aplicado em promoção da saúde mental gera, em média, quatro dólares de retorno através da redução de custos indiretos.
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A psicíloga Thaís Camargo propõe uma retrospectiva emocional para encerrar o ciclo no trabalho e, assim, compreender melhor seus sentimentos e consequentemente evitar o desgaste mental.
Com a consolidação do trabalho híbrido em 2025, a linha entre a vida pessoal e profissional tornou-se ainda mais tênue. Danilo Suassuna ressalta que a "cultura da hiperconectividade" mantém o corpo em estado contínuo de alerta, favorecendo insônia e ansiedade.
Para evitar o colapso, Suassuna sugere que as lideranças sejam capacitadas para identificar sinais precoces de sofrimento e que as empresas adotem revisões realistas de metas para o fim do ano.
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"Ignorar a saúde mental hoje é assumir um risco operacional relevante", conclui Suassuna, defendendo que o encerramento de 2025 deve servir como um momento de ajuste para práticas mais saudáveis no próximo ciclo.