Cotidiano

Aumento de 67% nos afastamentos por saúde mental em 2025 acende alerta nas empresas

Dados do Ministério da Previdência revelam que mais de 440 mil trabalhadores se afastaram por transtornos mentais este ano

Luna Almeida

Publicado em 31/12/2025 às 16:03

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

A depressão e a ansiedade causam prejuízos de mais de US$ 1 trilhão anuais em produtividade global / Freepik/DC Studio

Continua depois da publicidade

O fechamento de 2025 apresenta um cenário alarmante para o mercado de trabalho brasileiro: o adoecimento psíquico consolidou-se como uma das maiores causas de afastamento ocupacional. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Dados do Ministério da Previdência Social indicam que 440 mil profissionais precisaram deixar suas funções por transtornos mentais e comportamentais, um salto de 67% na comparação com o ano anterior. 

Continua depois da publicidade

Leia Também

• O que te drenou em 2025? Veja como fazer sua retrospectiva pessoal segundo a psicologia

• Por que promessas de Ano Novo falham e como resolver, segundo a psicologia

• Portadores de burnout têm benefícios assegurados pela lei trabalhista

No centro dessa crise está o burnout, síndrome de exaustão emocional que atinge seu ápice no mês de dezembro devido à pressão por metas e acúmulo de funções.

Para o doutor em Psicologia Danilo Suassuna, o problema não é apenas sazonal, mas o reflexo de falhas estruturais na gestão das empresas. 

Continua depois da publicidade

"Dezembro não cria o burnout, ele apenas expõe um desgaste que vem sendo acumulado ao longo do ano. Quando a cultura organizacional normaliza jornadas excessivas e disponibilidade permanente, o colapso emocional se torna previsível", alerta o especialista.

O impacto financeiro e operacional

A saúde mental deixou de ser apenas uma pauta humanitária para se tornar um fator de sustentabilidade do negócio. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a depressão e a ansiedade causam prejuízos de mais de US$ 1 trilhão anuais em produtividade global. Por outro lado, o investimento em bem-estar traz retornos claros:

Continua depois da publicidade

Produtividade: Empresas com políticas de saúde mental consistentes registram ganhos de até 25% na produtividade.

Retenção: Há uma redução de até 34% na rotatividade de funcionários (turnover).

Retorno sobre Investimento (ROI): Cada dólar aplicado em promoção da saúde mental gera, em média, quatro dólares de retorno através da redução de custos indiretos.

Continua depois da publicidade

A psicíloga Thaís Camargo propõe uma retrospectiva emocional para encerrar o ciclo no trabalho e, assim, compreender melhor seus sentimentos e consequentemente evitar o desgaste mental.

Hiperconectividade 

Com a consolidação do trabalho híbrido em 2025, a linha entre a vida pessoal e profissional tornou-se ainda mais tênue. Danilo Suassuna ressalta que a "cultura da hiperconectividade" mantém o corpo em estado contínuo de alerta, favorecendo insônia e ansiedade. 

Para evitar o colapso, Suassuna sugere que as lideranças sejam capacitadas para identificar sinais precoces de sofrimento e que as empresas adotem revisões realistas de metas para o fim do ano.

Continua depois da publicidade

"Ignorar a saúde mental hoje é assumir um risco operacional relevante", conclui Suassuna, defendendo que o encerramento de 2025 deve servir como um momento de ajuste para práticas mais saudáveis no próximo ciclo.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software