Cotidiano

Atrasos e acréscimos em obras públicas são comuns em Santos

No momento, existem 108 obras públicas em execução no município; com exceção das obras iniciadas neste ano e dos serviços de manutenção, todas as demais construções já deveriam ter sido entregues

Rafaella Martinez

Publicado em 18/07/2017 às 10:00

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A estimativa é que a obra seja concluída em agosto; Prefeitura diz que projeto beneficiará turistas e moradores / Rodrigo Montaldi/DL

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Não é difícil perceber que a cidade de Santos se transformou em um grande canteiro de obras: o portal ‘Cidade Aberta’, gerenciado pela Administração, aponta que existem, no momento, 108 obras públicas em execução no município. O que chama a atenção, no entanto, é a quantidade de equipamentos que não são entregues à população no prazo estabelecido em contrato. Com exceção das obras iniciadas neste ano e dos serviços de manutenção, todas as demais construções estão atrasadas. Parte delas também sofreu acréscimo de valor.

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Um dos exemplos mais significativos da morosidade nas obras santistas fica na Zona Noroeste: a reurbanização da Praça da Paz Universal se arrasta desde o começo de 2014. O primeiro prazo para entrega era fevereiro de 2015. Seis aditamentos depois (que culminaram com um acréscimo de mais de R$400 mil), a obra permanece inacabada e os tapumes ainda bloqueiam a visão dos frequentadores do espaço. Nenhum trabalhador foi visto executando serviços no local.

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De acordo com a Administração, a reurbanização do espaço está sendo executada com verba do Governo Federal e contrapartida da Prefeitura. No momento, o trabalho está concentrado no prédio do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU). Foram executados 70% dos serviços programados e assim que o prédio for concluído começará a etapa de urbanização de toda a Praça. De acordo com a administração, a programação foi afetada com atraso no repasse de verbas do governo federal e reformulação do convênio.

Ainda na Zona Noroeste da cidade, a construção do Ginásio Poliesportivo M. Nascimento - cujos recursos são do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias Balneárias (Dadetur), órgão ligado ao Governo do Estado - também se arrasta desde o início de 2014, com previsão inicial de entrega para fevereiro de 2016.

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De acordo com a Administração o equipamento está com a estrutura pronta e 85% dos serviços executados. Desequilíbrio no cronograma de repasses financeiros e a crise que afeta o País teriam impactado as obras, provocando atrasos. A Prefeitura trabalha para regularizar os repasses de modo a entregar a obra civil neste semestre.

Desequilíbrio no cronograma de repasses financeiros e a crise que afeta o País teriam impactado as obras do Ginásio Poliesportivo M. Nascimento, provocando atrasos (Foto: Rodrigo Montaldi/DL)

Ações compensatórias

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Na semana passada, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa disse, durante coletiva, que parte das obras santistas que estão atrasadas e/ou paralisadas serão retomadas nos próximos 15 dias, custeadas com recursos da Ultracargo.

A parceria ocorre por meio de um Termo de Responsabilidade de Implantação das Medidas Mitigadoras e Compensatórias e é uma das ações da empresa decorrente do incêndio de 2015. As obras beneficiadas serão a da Policlínica Piratininga (atrasada desde o começo do ano passado), da UME São Jorge (abandonada em meados de 2016) e da UPA Zona Noroeste (que deveria ter sido entregue em janeiro passado).

Questionada sobre os R$8 milhões já empregados na construção das obras citadas, a Administração afirma que os recursos são destinados para execução das obras e os pagamentos realizados de acordo com o andamento dos serviços. No caso de construções que têm o contrato cancelado, a empreiteira recebe somente pela parte do serviço executado. O restante da verba retorna à conta geral da ­Prefeitura.

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As obras da Policlínica Piratininga e UME São Jorge estavam sendo executadas com recursos da Prefeitura. A construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste vem sendo feita com recursos dos governos Federal e Municipal.

A reurbanização da Praça da Paz Universal se arrasta desde o começo de 2014 e deveria ter sido entregue em 2015 (Foto: Rodrigo Montaldi/DL)

No Gonzaga, tapumes e o início de mais uma construção

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A vista de um dos principais cartões postais de Santos está encoberta há dois meses: por conta da obra de reurbanização da Fonte Nove de Julho, na Praça das Bandeiras, tapumes dominam o cenário, afugentando os pedestres e colocando em risco quem passa pelo local.

“A praça começou a ficar ainda mais viva desde a metade do ano passado e agora ninguém vem mais para cá, pois ficou muito perigoso. É uma pena, pois não acho que era necessária uma obra aqui”, conta Lucas Alonso, de 19 anos.

A estudante Jéssica Farias também reclama da construção. “Tiraram as bandeiras, os carros da guarda municipal, tudo por conta dessa obra. Muitos jovens estavam vindo para a praça, saindo desse mundo digital que vivemos hoje e agora vão ficar isolados de novo, pois está muito perigoso”, afirma.

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A Prefeitura de Santos afirma que a revitalização já atingiu 65% do cronograma e a estimativa é que a obra seja concluída em agosto. O espaço vai integrar o Circuito das Fontes, projeto que prevê transformar o jardim da orla em local que propicie interação com as pessoas.

Sobre a instalação dos tapumes, a Prefeitura conta que trata-se de uma ação obrigatória para evitar acidentes, principalmente com idosos e crianças. A Secretaria de Segurança irá intensificar as rondas no local.

A revitalização da Fonte Nove de Julho (Praça das Bandeiras – Gonzaga) é realizada com R$ 653 mil do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias Balneárias (Dadetur), órgão ligado ao Governo do Estado. Trata-se de saldo remanescente do convênio para obras no Eixo Turístico do Gonzaga, datada de 2012.

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A Administração esclarece que quando sobra verba de um convênio, a Prefeitura deve devolver o dinheiro ao Governo do Estado, ou apresentar projeto ao Dadetur para utilização dos recursos em outra intervenção nas imediações. Ao invés de devolver os R$ 653 mil para o Estado, a Prefeitura optou por revitalizar a Fonte Nove de Julho, localizada na direção do Eixo Turístico do Gonzaga. O projeto foi aprovado pelo Dadetur e está em execução para beneficiar turistas e ­santistas.

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