Cotidiano

Atraso nas obras e manutenções afeta início das operações do VLT em Santos

Prevista para ser entregue em 2022, a segunda fase do VLT teve sua inauguração adiada diversas vezes

Gabriel Fernandes

Publicado em 07/06/2025 às 06:40

Atualizado em 07/06/2025 às 10:01

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Segunda fase do VLT da Baixada Santista liga a Avenida Conselheiro Nébias ao Terminal Valongo, em Santos / Governo de SP/Divulgação

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Previsto para ser entregue desde 2022, a segunda fase da linha do Veículo Leve Sobre Trilhos se tornou uma verdadeira incógnita nos últimos anos. Em fevereiro de 2024, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que ele começaria a funcionar no prazo máximo de 180 dias. Entretanto, essa não é a primeira vez que é anunciada uma previsão para a obra.

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Com a demora no início das operações, quem sofre são os usuários, que ainda precisam fazer a interligação com os ônibus, que quase sempre vêm lotados. 

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"O ônibus me deixa na porta da faculdade, mas demora muito no trajeto e geralmente vem lotado", comentou um estudante que não quis se identificar.

Segundo ele, o trajeto do VLT, somado ao tempo que ele gasta andando ou fazendo a baldeação com os ônibus, resulta em uma viagem de 40 minutos. Com a implementação da segunda fase, esse percurso teria um tempo médio de 25 minutos.

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Já outro funcionário, que também não quis revelar a sua identidade, revelou que ganharia um tempo significativo para chegar ao Centro Histórico de Santos

"Descendo na estação Conselheiro Nébias, tenho de pegar o ônibus e o processo total dura cerca de 50 minutos. Com o VLT, poderia ser reduzido para 30."

Procurada, a EMTU não respondeu aos questionamentos do Diário até a publicação dessa matéria.

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Cronogramas iniciais

Anunciada pela primeira vez pelo então governador de São Paulo, João Doria, em setembro de 2020, a segunda fase do VLT da Baixada Santista liga a Avenida Conselheiro Nébias ao Terminal Valongo, em Santos.

Um ano depois, em outubro de 2021, a Empresa Municipal de Transportes (EMTU) informou que as obras estavam previstas para serem finalizadas no final de 2022. Algo que não aconteceu.

Infográfico das obras do Veículo Leve Sobre TrilhosReprodução

Reclamações chegaram ao MP

Em julho de 2022, as reclamações dos moradores da Rua Campos Melo, em Santos, por conta das obras da segunda fase do VLT, mobilizaram uma equipe do Ministério Público para vistoriar os serviços.

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Entre as denúncias que foram apresentadas na época estão a remoção de postes sem análise adequada, interrupção de redes subterrâneas, estreitamento de calçadas, interrupção de acesso a imóveis, entre outras.

De acordo com o MP, com base no que foi observado, as reclamações "evidenciaram a falta de estudos adequados por parte da EMTU [Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo, construtora contratada]".

Já a Prefeitura de Santos disse em nota que atende a todos os questionamentos do MP desde o começo das obras, e agora cobra o governo de São Paulo.

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Em março de 2023, uma audiência pública sobre os problemas trazidos pelo atraso na implantação do novo trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) chegou a ser debatida na Câmara Municipal de Santos.

Contratempos no Centro

No começo de junho de 2024, as fortes chuvas que aconteceram na região da Baixada Santista deixaram alagados diversos pontos do Centro de Santos, que estavam passando por obras do VLT. Eles causaram um grande transtorno para moradores e trabalhadores da região.

Além disso, o material usado para a realização do projeto, como pedras e areia, se misturou com o aguaceiro, criando armadilhas para quem se arriscava a atravessar.

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Na época, o Diário do Litoral fez uma reportagem audiovisual dentro do projeto Diário de um Repórter, rotulada como "Feridas do VLT". Você pode conferir a produção abaixo:

A produção mostra o martírio de moradores e comerciantes que vivem e trabalham no entorno do Mercado Municipal, no Centro de Santos, que chegou a ser comparado com um cenário semelhante a um pós-bombardeio, no meio de uma guerra.

Testes

Os testes da segunda fase do Veículo Leve sobre Trilhos começaram em setembro de 2024. O vagão percorreu a conexão da Linha 1, no cruzamento da Rua Campos Melo com a Avenida Afonso Pena, percorrendo 8 km na área central de Santos.

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As atividades aconteceram durante a madrugada, entre as 0h e 4h, e atenderam aos gabaritos analisados de via permanente e eletrificação. 

Novos prazos

Em fevereiro de 2025, o governador Tarcísio de Freitas revelou que o VLT passaria a operar em até 180 dias, mas que a conclusão dependerá da licitação para a instalação das portas-plataforma, que estava prevista para o último mês de março.

Os equipamentos servem para abertura e fechamento sincronizados com os das portas do VLT, para organizar o embarque e desembarque de passageiros.

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Entretanto, na primeira fase, que compunha os trechos Barreiros-Porto, o serviço passou a operar sem as portas em todas as estações.

Na época, em nota ao Diário do Litoral, a EMTU disse que os serviços pontuais ainda estavam sendo realizados no segundo trecho do VLT, e que seguia passando por testes de rodagem de trens e aguardava a instalação dos sistemas restantes.

Novos percursos

A segunda linha do VLT realizará a ligação entre a Avenida Conselheiro Nébias e a região do Valongo. O modal contará com 8 km de extensão, divididos em 12 estações, que terão capacidade de transportar 35 mil pessoas por dia.

É esperado que o serviço auxilie não apenas os moradores e trabalhadores locais, mas também os universitários por conta da proximidade das estações com a Universidade Católica de Santos (Unisantos) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Já a terceira linha contará com mais de 7,5 km de extensão e quatro estações, e pretende beneficiar os moradores da Área Continental de São Vicente.

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