Cotidiano
Além da condição genética, as alterações na coloração da ave podem ser fruto de disfunções hormonais ou alimentação inadequada
O atobá-pardo (Sula leucogaster) com leucismo foi fotografado nesta terça-feira (5) / Dudu Pescador/Arquivo Pessoal
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Um atobá-pardo (Sula leucogaster) com leucismo foi fotografado nesta terça-feira (5), em Itanhaém, por um pescador que, na ocasião, saía barra afora por volta das 11h. Por estranhar a coloração da ave, Demilson Silva, o Dudu Pescador, pediu ajuda ao biólogo e observador de aves Fábio Barata, que identificou o animal e sua condição.
“É um atobá-pardo que está com leucismo, né? Leucismo ou albinismo, mas estou achando que é leucismo porque o olho dele está preto, o que é uma característica dessa condição em que ele se encontra”, explicou.
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Barata contou que entrou em contato com o Gremar, pois soube que eles haviam soltado um animal parecido por perto, mas não soube dizer se era o mesmo indivíduo, até porque ele não estava anilhado.
Vale lembrar que, além da condição genética, alterações na coloração da ave podem ser fruto de disfunções hormonais ou de alimentação inadequada e deficiente.
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Geralmente, essas mutações atingem genes codificadores de pigmentos, que deixam de ser produzidos ou passam a ser produzidos em maior ou menor quantidade. No caso das aves, as diferenciações na plumagem podem tornar os indivíduos muito especiais e chamativos.
Dica de leitura: Conheça a ave que quer dominar o mundo e entenda por que ela se espalhou por SP.
É uma deficiência de fundo genético que provoca alterações no corpo dos indivíduos acometidos, como a perda parcial ou total da melanina na pele, mas sem alteração nos olhos — que permanecem escuros. Essa mutação pode ocorrer em todo o corpo ou em apenas parte dele.
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Os animais leucísticos são ligeiramente mais resistentes ao sol, já que a coloração branca possui um albedo (coeficiente de reflexão) elevado, protegendo mais do calor.
O albinismo se caracteriza pela perda total dos pigmentos, tanto da melanina quanto dos carotenoides, podendo afetar todo o corpo ou apenas partes dele.
Diferentemente do leucismo, onde apenas as penas podem perder a coloração, indivíduos albinos apresentam plumagem branca, bico e patas mais claros, além dos olhos avermelhados — resultado da ausência de pigmento e da exposição dos vasos sanguíneos.
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Albinos têm menor resistência ao sol, visão mais fraca e, em alguns casos, fotofobia.
Além dessas duas condições, o Wikiaves traz explicações sobre outras alterações de coloração em aves, como o melanismo, cianismo, esquizocromismo, flavismo e lutinismo.
De acordo com especialistas, essa espécie ocorre nos mares tropicais e subtropicais do mundo inteiro. No Brasil, pode ser encontrada em praticamente toda a costa, principalmente entre o Nordeste e o Sul do país.
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