Cotidiano
O protesto será contra o embarque de animais vivos para outros países e a degradação do meio ambiente provocada pela atividade
Em 2016 foram embarcados 46 mil animais vivos no porto de São Sebastião / Reprodução/Facebook
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Na manhã do próximo sábado, 20 de julho, ativistas farão uma concentração às 11h00 em frente à Prefeitura de Ilhabela, cuja concentração para início da passeata se dará na Praça Major João Fernandes, em São Sebastião, às 10 horas e depois seguirão para a frente da sede Prefeitura de Ilhabela com o intuito de protestarem contra o embarque de animais vivos para outros países e a degradação do meio ambiente provocada por essa atividade que acarreta muitos malefícios para os animais e para o meio ambiente, além de causar enormes prejuízos aos cofres do erário público.
De acordo com os ativistas, o mercado de exportação de animais vivos, que é lucrativo para uma minoria de empresários, omitem da população e do governo o alto custo para as cidades envolvidas e os impactos negativos são gigantescos. Centenas de caminhões durante o ano todo transportam milhares de bovinos em caminhões boiadeiros, condicionados em carretas sem espaço suficiente para acomodar os animais de forma decente. Os animais, cujo peso unitário é estimado em cerca de 300 a 400 toneladas vêm em pé, de várias cidades do interior de São Paulo para o Porto de São Sebastião, amontoados, sem alimentação e sem água, onde permanecem por várias semanas a fio, em pé, sem poder se mexer um só centímetro, sob temperaturas altas e sob risco de desastres, o que já ocorreu, pois alguns dos veículos transitam em altíssima velocidade, incompatível com as condições da estrada.
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Sob o ponto de vista ético dos ativistas, os animais que são levados a embarque passam por um verdadeiro martírio, além de submeterem-se à viagem estressante de muitos quilômetros, que chegam até a 500 km de distância, aqueles que resistem e não falecem, permanecem aguardando o embarque dentro dos caminhões estacionados pelas ruas das cidades, ou mesmo na estrada, até os "navios da morte" abrirem as portas para o embarque, enquanto isso todo o excremento dos caminhões é descartado pelas Cidades, provocando imundície e grande mau cheiro.
Autorizado o embarque são esses animais empurrados como objeto para dentro do navio em corredores delimitados até os compartimentos, levando, aqueles que se recusam a andar, choques nos testículos, nesse momento inicia-se uma verdadeira saga do inferno para esses seres sencientes. Depois do embarque passam por volta de uma semana a mais, havendo casos já constatados em que por circunstâncias várias a viagem durou um mês para chegar ao destino onde possivelmente terão que passar por uma quarentena devido ao estado degradante em que foram transportados, isso para aqueles que conseguirem sobreviver.
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Dentro desse "navio da morte", segundo os ativistas, os animais se acumulam aos milhares em compartimentos minúsculos, sem a menor condição de sequer deitarem na exaustão. Permanecem sobre seus excrementos o que provocando o aparecimento do gás de amônio o que provoca o desmaio e a morte e a cegueira de muitos deles.
Os navios vão parando em cidades costeiras do seu trajeto para a limpeza, despejando toda a sujeira nas praias, quando não o fazem em plena viagem em alto mar. Os animais doentes são lançados ao mar para morrerem afogados, bem como os que falecem por diversas razões de maus tratos.
Ao aportarem nos países de destino são submetidos à quarentena para depois disso os sobreviventes serem abatidos para consumo.
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Em 2016 foram embarcados 46 mil animais vivos no porto de São Sebastião, número esse que subiu para 51 mil em 2017 e atingiu 150 mil no ano de 2018.
Para os ativistas, as cidades usurpadas por essa atividade e seus moradores nada recebem de benefício em troca de sediar os embarques, que recompensa apenas alguns poucos empresários poderosos do ramo da pecuária de corte. Para eles, a população fica com o prejuízo da devastação do meio ambiente, a poluição do mar e das ruas, e a cumplicidade da conivência com o grande sofrimento dos animais. O governo também perde, pois deixam de ser recolhidos aos valores vultosos de importo por serem os animais enquadrados pela legislação como "carga viva" e como tal esses empresários ficam isentos do recolhimento dos impostos.