Litoral sul

Associação prevê milhares de empregos com construção de rodovia ignorada há 50 anos

A Rodovia Parelheiros-Itanhaém é uma reivindicação antiga da população, dos políticos e do empresariado do Litoral

Nilson Regalado

Publicado em 12/08/2024 às 06:15

Atualizado em 12/08/2024 às 08:24

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Nova estrada poderia encurtar trajeto entre Capital e litoral sul e desafogar outras rodovias do Estado de São Paulo / MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS

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O presidente da Associação Comercial de Itanhaém (ACAI), José Alberto Loio de Loureiro, defendeu ontem a construção da Rodovia Parelheiros-Itanhaém. Loureiro acredita que "a construção de uma nova ligação rodoviária com a Capital traria inúmeros benefícios econômicos" para o Litoral Sul.

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Para o presidente da Associação Comercial "essa conexão fortaleceria as relações comerciais e culturais" entre Itanhaém, a Grande São Paulo e a Região de Sorocaba, "beneficiando diretamente a população local".

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Loureiro também projeta a criação de milhares de novos empregos na região: "Com o acesso facilitado, esperamos um aumento no fluxo de turistas e investidores, o que, por sua vez, impulsionaria o comércio local e o setor imobiliário".

A Rodovia Parelheiros-Itanhaém é uma reivindicação antiga da população, dos políticos e do empresariado do Litoral há exatos 50 anos. A ligação viária virou lei estadual em 1997, mas nunca saiu do papel. Com apenas 15 quilômetros de extensão, a estrada reduziria pela metade o tempo de viagem entre o Planalto e as praias do Litoral Sul, facilitando também o deslocamento dos moradores de Itariri e Pedro de Toledo no acesso à Capital.

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Batizada inicialmente como "Nova Imigrantes", a Prelheiros-Itanhaém também reduziria os congestionamentos no Sistema Anchieta-Imigrantes porque passaria a ser uma alternativa tanto para turistas quanto para os caminhões que se dirigem ao Porto de Santos vindos do oeste do Estado, do norte do Paraná e até do Mato Grosso do Sul.

No final de julho, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) afirmou, com exclusividade para o Diário do Litoral, que reabriu os estudos de viabilidade técnica e econômica da Parelheiros-Itanhaém. Na prática, o órgão ligado ao Governo do Estado está atualizando análises feitas em 2015 e não estipulou um prazo para conclusão dessa avaliação atual.

Em 2012, a empreiteira Contern demonstrou interesse na construção da rodovia entre Itanhaém e a Zona Sul de São Paulo. Porém, a empresa não só não obteve o contrato como acabou em dificuldades que resultaram em um processo de recuperação judicial.

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Além do DER, a Frente Parlamentar pela Terceira Pista da Imigrantes na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) deverá debater o tema na primeira reunião que fará após o retorno do recesso de meio de ano. O grupo de deputados estaduais ainda não definiu a data da próxima reunião, mas a presidente da Frente Parlamentar, Solange Freitas (União), se comprometeu o colocar o assunto em pauta.

Investidores

Assim como o prefeito Tiago Cervantes (Republicanos), o presidente da Associação Comercial de Itanhaém considera que "o acesso entre a Baixada Santista e o Planalto é um dos maiores gargalos da nossa Região Metropolitana" da Baixada Santista.

Loureiro entende que "essa nova via proporcionaria uma alternativa de deslocamento, facilitando a mobilidade de pessoas e mercadorias entre a Capital e Itanhaém". Na avaliação do presidente da ACAI, "esse projeto tem o potencial de atrair novas empresas e negócios, criando diversas oportunidades e promovendo o desenvolvimento sustentável da região".

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E o turismo e a construção civil seriam dois vetores de desenvolvimento a partir da construção da Parelheiros-Itanhaém: "Esse avanço fortaleceria o turismo e impulsionaria nossa economia. Estamos otimistas quanto às possibilidades positivas que essa iniciativa trará" para Itanhaém e o Litoral Sul.

Risco

Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Ambiente na Alesp, o deputado estadual Mário Maurici de Lima Morais (PT) é contra a Rodovia Parelheiros-Itanhaém. Um dos mais votados no extremo sul da Capital nas eleições de 2022, Maurici acredita que a estrada não "traria benefício algum à população" da região.

Na avaliação do parlamentar, a Parelheiros-Itanhaém "desencadearia um processo de ocupação desordenada de um dos trechos mais preservados da Mata Atlântica, com intenso desmatamento".

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Segundo Maurici, "a construção desta Rodovia sempre foi considerada totalmente inviável devido ao imenso impacto ambiental que seria gerado".

Mais: o ex-prefeito de Franco da Rocha considera que "se a rodovia não foi levada a cabo ainda por nenhum governador em 30 anos, é de se imaginar a dificuldade e as complicações que uma obra desta natureza criaria para o conjunto da sociedade".

O líder da frente ambientalista da Alesp sugere que a retomada dos estudos de viabilidade da Parelheiros-Itanhaém pode estar relacionada a interesses econômicos: "Um dos motivos da insistência na proposta é que abre excepcionais possibilidades de especulação imobiliária".

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Maurici pondera ainda que "é difícil prever benefícios da ligação rodoviária Parelheiros-Itanhaém porque também é preciso considerar os seus malefícios". Segundo o deputado, a região "faz parte da área de preservação e recuperação de mananciais, que abastece a Grande São Paulo. E ainda é um dos poucos trechos de Mata Atlântica que restaram, um valioso patrimônio verde de todo o Estado".

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