Cotidiano

Arqueólogos encontram fogueira de 400 mil anos que promete reescrever a história

Vestígios indicam uso controlado do fogo há cerca de 400 mil anos por humanos antigos

Luna Almeida

Publicado em 16/12/2025 às 22:38

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O conjunto reforça a hipótese de que o fogo não foi resultado de um evento natural isolado / Pexels

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Uma descoberta arqueológica no sul da Inglaterra está levando cientistas a reverem um dos capítulos mais importantes da história da humanidade: quando e como nossos ancestrais aprenderam a produzir e controlar o fogo. Novas análises apontam que esse conhecimento pode ser muito mais antigo do que se acreditava até agora.

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Os indícios surgiram a partir de uma fogueira pré-histórica identificada em Barnham, região onde pesquisadores encontraram sinais claros de aquecimento intenso do solo, associado a ferramentas de pedra e minerais capazes de produzir faíscas. 

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O conjunto reforça a hipótese de que o fogo não foi resultado de um evento natural isolado, mas de uma prática intencional e repetida.

Vestígios fora do lugar e pistas decisivas

A investigação começou com a identificação de duas pequenas pedras em um local onde não deveriam estar. 

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A partir dessa anomalia, arqueólogos localizaram uma camada de argila queimada, cercada por instrumentos de sílex com marcas evidentes de exposição ao calor, além de fragmentos de pirita, mineral conhecido por gerar faíscas quando friccionado.

Segundo o estudo, o solo da área foi aquecido diversas vezes a temperaturas superiores a 700 graus, um dado considerado incompatível com incêndios naturais ocasionais. Para os pesquisadores, o padrão observado indica o uso controlado do fogo por grupos humanos pré-históricos.

Um marco muito anterior ao que se imaginava

Os resultados antecipam em cerca de 350 mil anos a evidência mais antiga conhecida de fogo produzido de forma deliberada. Até então, os registros mais aceitos apontavam para aproximadamente 50 mil anos atrás, já próximos do surgimento do Homo sapiens moderno.

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“Esta é a descoberta mais empolgante dos meus 40 anos de carreira”, afirmou Nick Ashton, autor principal do estudo e curador da coleção da Idade da Pedra do Museu Britânico, ao comentar a relevância do achado.

Embora nenhum osso humano tenha sido encontrado no local, os cientistas acreditam que os responsáveis pela fogueira tenham sido os primeiros neandertais, que já ocupavam outras áreas da região naquele período. 

Cada vez mais, esse grupo é associado a comportamentos complexos e habilidades avançadas, enquanto os registros mais antigos do Homo sapiens são consideravelmente mais recentes.

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A descoberta reforça a ideia de que o domínio do fogo, essencial para aquecimento, preparo de alimentos e organização social, pode ter surgido muito antes do que se pensava, mudando a compreensão sobre a evolução humana e a sofisticação dos nossos ancestrais.

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