Cotidiano

Após vazamento de esgoto, multa diária à Sabesp cresce e pressiona empresa no litoral

O episódio acendeu o alerta no município, que já havia registrado, na semana passada, uma grande mancha escura e com odor forte no mar, causando preocupação entre moradores

Ana Clara Durazzo

Publicado em 26/11/2025 às 13:30

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A companhia afirma que o transbordamento ocorre devido a lançamentos irregulares de água pluvial nas redes de esgoto, prática que sobrecarrega o sistema, especialmente em dias de tempestade / Anny Melatte/PMM

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A Secretaria de Meio Ambiente de Mongaguá intensificou, desde o último fim de semana, o monitoramento das redes de esgoto administradas pela Sabesp após novos transbordamentos de Poços de Visita (PVs), especialmente ao longo da Avenida Monteiro Lobato.

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O episódio acendeu o alerta no município, que já havia registrado, na semana passada, uma grande mancha escura e com odor forte no mar, causando preocupação entre moradores, turistas e autoridades ambientais.

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Nesta segunda-feira (24), técnicos municipais vistoriaram PVs nos bairros Jardim Praia Grande, Itaóca e também a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Bichoró, no Vera Cruz — ponto de interligação que deságua nas praias da cidade. A inspeção encontrou água turva chegando ao canal que leva ao mar.

'Essa água de esgoto vai direto para o canal e, consequentemente, para as nossas praias. Continuaremos fiscalizando diariamente até que o problema seja resolvido', afirmou o secretário de Meio Ambiente, Alexandre Barril Dalla Pria, classificando a situação como 'praticamente crônica'.

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Prefeitura aponta redes obsoletas; Sabesp nega responsabilidade

Segundo Dalla Pria, mesmo com o período chuvoso, cabe à Sabesp adotar medidas para evitar o transbordamento dos PVs. O secretário afirma que a situação evidencia “redes obsoletas da empresa”, contrariando o que a Sabesp divulgou em vídeo nas redes sociais, quando atribuiu a origem da mancha à drenagem municipal.

A Prefeitura reforça que a multa diária aplicada à Sabesp, de R$ 3.702, permanece em vigor. O valor acumulado chega, nesta terça (25), a R$ 33.318.

Moradores também relatam que o problema é antigo. O comerciante Vanderley Alberto, da região do Jardim Praia Grande, afirmou conviver há mais de 10 anos com o esgoto vazando nos dias de chuva.

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'Nós pagamos pelo esgoto certinho e mesmo assim a Sabesp não faz nada para resolver', desabafa.

Resposta da Sabesp

Em nota, a Sabesp apresentou outra versão. A companhia afirma que o transbordamento ocorre devido a lançamentos irregulares de água pluvial nas redes de esgoto, prática que sobrecarrega o sistema, especialmente em dias de tempestade.

Segundo a empresa, Mongaguá não possui infraestrutura suficiente de drenagem pluvial, o que faz com que moradores lancem, irregularmente, água da chuva nas tubulações destinadas exclusivamente ao esgoto — algo proibido pelas normas técnicas brasileiras.

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A Sabesp também informou que:

iniciou na sexta-feira (21) testes com fumaça para identificar pontos com ligações irregulares;

casos encontrados serão comunicados à Prefeitura, responsável pela fiscalização;

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o sistema de esgotamento sanitário é monitorado 24h por dia;

vistoria da Cetesb e da própria Secretaria de Meio Ambiente atestou operação normal do sistema e tratamento adequado do esgoto.

Fiscalização continua

A Secretaria de Meio Ambiente afirma que manterá o monitoramento diário até que a situação seja totalmente solucionada e reforça que denúncias de PVs transbordando ou outros problemas podem ser feitas presencialmente, na Avenida Marina, 67 (Centro – Clube Itapoan), ou pelo e-mail [email protected]
.

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Enquanto isso, moradores cobram uma solução definitiva e aguardam esclarecimentos sobre a origem da mancha que escureceu o mar na semana passada.

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