Cotidiano

Após rejuvenescer ratos e macacos, Harvard mira testes em humanos já no próximo ano

Em entrevista ao podcast 'Moonshots', Dr. David A. Sinclair observou que os testes conduzidos em ratos e macacos verdes mostraram ser possível reverter o envelhecimento

Gabriel Fernandes

Publicado em 15/07/2025 às 13:42

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Se comprovado, o avanço poderá transformar a saúde, a longevidade e a economia global nas próximas décadas / Tima Miroshnichenko/Pexels

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Parece ficção científica, mas agora está se tornando realidade: o laboratório liderado pelo Dr. David A. Sinclair, professor de genética na Escola Médica de Harvard, conseguiu avançar nas pesquisas sobre o rejuvenescimento de células e tecidos em animais, e está prestes a aplicar os testes em seres humanos.

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Impulsionado pela integração de ferramentas de inteligência artificial e novas terapias genéticas, se comprovado, o avanço poderá transformar a saúde, a longevidade e a economia global nas próximas décadas.

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Inclusive um estudo recente ligou os ultraprocessados e microplásticos, em relação a saúde mental nos seres humanos.

Testes

Em entrevista ao podcast "Moonshots", Sinclair observou que os testes conduzidos em ratos e macacos verdes mostraram ser possível reverter significativamente o envelhecimento.

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A base para os experimentos é a “teoria da informação do envelhecimento”, desenvolvida pelo próprio Sinclair. Ela propõe que o envelhecimento não ocorre apenas devido ao desgaste celular, mas à perda de informação epigenética, que afeta a regulação dos genes.

Com essa inovação, a ciência encontrou uma forma de restaurar essas informações sem a necessidade de clonagem. Inclusive, Sinclair acrescentou que foi descoberta uma maneira de redefinir o epigenoma sem precisar clonar o organismo.

Enquanto isso, um estudo da USP descobriu que descer escadas pode ser o segredo para quem busca emagrecer, fortalecer os músculos e até controlar doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

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Inteligência Artificial

Utilizando vetores virais ou nanopartículas como base, a terapia genética foi fundamental na fase inicial da pesquisa, mas apresenta desafios logísticos e de custo.

Para superá-los, os cientistas estão recorrendo à inteligência artificial (IA) na busca por moléculas com potencial de rejuvenescimento, que possam ser administradas por via oral.

Com o auxílio de algoritmos e robótica, milhões de compostos são analisados para prever seus impactos nos mecanismos epigenéticos.

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O objetivo é desenvolver tratamentos simples e mais acessíveis ao público. O próprio Sinclair destacou que sua visão de futuro envolve “tomar um comprimido por quatro semanas para se rejuvenescer”.

Primeiros testes em humanos

Os primeiros ensaios clínicos estão previstos para janeiro do próximo ano e serão focados em doenças oculares, como glaucoma e neuropatia óptica isquêmica. Isso porque o olho é um órgão acessível e permite uma avaliação objetiva dos resultados.

O tratamento consiste em uma injeção única no olho, seguida pela administração de doxiciclina para ativar os genes rejuvenescedores. Caso os resultados sejam positivos, o protocolo poderá ser expandido para incluir doenças como Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e outros distúrbios relacionados ao envelhecimento.

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Simultaneamente, o laboratório também estuda a possibilidade de aplicar as terapias em todo o corpo. Em experimentos com camundongos, os animais tratados viveram até 101% a mais que os do grupo de controle, sugerindo que dobrar a longevidade humana pode ser, tecnicamente, viável.

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