Cotidiano
Em entrevista ao podcast 'Moonshots', Dr. David A. Sinclair observou que os testes conduzidos em ratos e macacos verdes mostraram ser possível reverter o envelhecimento
Se comprovado, o avanço poderá transformar a saúde, a longevidade e a economia global nas próximas décadas / Tima Miroshnichenko/Pexels
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Parece ficção científica, mas agora está se tornando realidade: o laboratório liderado pelo Dr. David A. Sinclair, professor de genética na Escola Médica de Harvard, conseguiu avançar nas pesquisas sobre o rejuvenescimento de células e tecidos em animais, e está prestes a aplicar os testes em seres humanos.
Impulsionado pela integração de ferramentas de inteligência artificial e novas terapias genéticas, se comprovado, o avanço poderá transformar a saúde, a longevidade e a economia global nas próximas décadas.
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Inclusive um estudo recente ligou os ultraprocessados e microplásticos, em relação a saúde mental nos seres humanos.
Em entrevista ao podcast "Moonshots", Sinclair observou que os testes conduzidos em ratos e macacos verdes mostraram ser possível reverter significativamente o envelhecimento.
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A base para os experimentos é a “teoria da informação do envelhecimento”, desenvolvida pelo próprio Sinclair. Ela propõe que o envelhecimento não ocorre apenas devido ao desgaste celular, mas à perda de informação epigenética, que afeta a regulação dos genes.
Com essa inovação, a ciência encontrou uma forma de restaurar essas informações sem a necessidade de clonagem. Inclusive, Sinclair acrescentou que foi descoberta uma maneira de redefinir o epigenoma sem precisar clonar o organismo.
Enquanto isso, um estudo da USP descobriu que descer escadas pode ser o segredo para quem busca emagrecer, fortalecer os músculos e até controlar doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
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Utilizando vetores virais ou nanopartículas como base, a terapia genética foi fundamental na fase inicial da pesquisa, mas apresenta desafios logísticos e de custo.
Para superá-los, os cientistas estão recorrendo à inteligência artificial (IA) na busca por moléculas com potencial de rejuvenescimento, que possam ser administradas por via oral.
Com o auxílio de algoritmos e robótica, milhões de compostos são analisados para prever seus impactos nos mecanismos epigenéticos.
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O objetivo é desenvolver tratamentos simples e mais acessíveis ao público. O próprio Sinclair destacou que sua visão de futuro envolve “tomar um comprimido por quatro semanas para se rejuvenescer”.
Os primeiros ensaios clínicos estão previstos para janeiro do próximo ano e serão focados em doenças oculares, como glaucoma e neuropatia óptica isquêmica. Isso porque o olho é um órgão acessível e permite uma avaliação objetiva dos resultados.
O tratamento consiste em uma injeção única no olho, seguida pela administração de doxiciclina para ativar os genes rejuvenescedores. Caso os resultados sejam positivos, o protocolo poderá ser expandido para incluir doenças como Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e outros distúrbios relacionados ao envelhecimento.
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Simultaneamente, o laboratório também estuda a possibilidade de aplicar as terapias em todo o corpo. Em experimentos com camundongos, os animais tratados viveram até 101% a mais que os do grupo de controle, sugerindo que dobrar a longevidade humana pode ser, tecnicamente, viável.